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Lula adota tom agressivo e ataca Alckmin em entrevista
Por Do Diário OnLine
10/10/2006 | 10:21
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição pelo PT, partiu para o ataque e criticou duramente o PSDB e o seu rival nas urnas, Geraldo Alckmin (PSDB), durante entrevista concedida nesta terça-feira à Rádio Bandeirantes. Na tentativa de mostrar a mesma ‘agressividade’ que o tucano mostrou no debate de domingo promovido pela TV Bandeirantes, Lula acusou o partido e o candidato adversários de serem máquinas de “vender estatais”.

“A única coisa que eles (tucanos) aprenderam a fazer no Brasil é vender estatais para pagar as dívidas que eles mesmos contraíram. É a cultura do PSDB”, disse Lula, que mencionou, como exemplo, a declaração de Alckmin de que venderia o moderno avião presidencial, adquirido pelo atual presidente logo no início da sua administração, para substituir o antigo ‘Sucatão’. “A gente era multado em todos os aeroportos da Europa. Ficava voando, esperando achar alguém que desse autorização para pousar.”

‘Dossiê Vedoin’ – Lula também comentou o escândalo do ‘dossiê Vedoin’, apontado como fator preponderante para ele não vencer as eleições já no primeiro turno. O presidente se colocou como o principal interessado em descobrir quem são os envolvidos com a elaboração, compra e venda dos documentos que seriam adquiridos por representantes do PT e utilizados contra políticos do PSDB, em especial Alckmin e o governador eleito em São Paulo, José Serra.

“Eu quero saber o conjunto da obra, porque se tem uma pessoa que foi prejudicada por isso fui eu, não foram meus adversários... Quero saber quem arquitetou isso”, disse o ‘candidato/presidente’, que voltou a classificar o acontecimento de “uma coisa imbecil”.

Lula declarou ainda ter estranhado como aconteceu a divulgação das imagens do dinheiro que seria utilizado para a compra do dossiê.  “E, veja que engraçado, tudo aconteceu depois de acabar o horário eleitoral, quando já não se tinha tempo para falar com a população”, disse o presidente, que também encarou com estranheza o envolvimento “de procuradores que já participaram de casos desses; de delegados que já participaram de casos desses”.

Governabilidade – Sobre a possibilidade de encontrar um Congresso Nacional mais ‘hostil’ em um eventual segundo mandato, Lula mostrou segurança ao afirmar que a construção de alianças, mesmo com os parlamentares oposicionistas, não deve ser algo complicado. No dia das eleições (1° de outubro), em declaração à imprensa, o ex-presidente e desafeto de Lula, Fernando Henrique Cardoso (PSDB), afirmou que o petista encontrará dificuldades para governar caso seja reeleito.

“Você tem partido que quer trabalhar com o governo e tem partido que quer ser contra o governo... tem muita gente do PSDB que votou projeto do governo. Aliás, eu diria que na Câmara a maioria (votou)... às vezes fazem mais barulho, menos barulho, mas acabam votando”, declarou Lula, à Rádio Bandeirantes. “Eu acho que o presidente da República não se compõe com A ou com B”, completou.

Classe média – Sobre seu foco neste segundo turno das eleições, Lula afirmou que pretende falar “francamente” com a classe média. No primeiro turno, o presidente intensificou sua campanha nas regiões Norte e Nordeste, as mais pobres do país. O resultado foi uma votação consolidada nestas duas zonas e um derrota preocupante nas regiões Sul, Sudeste e Centro Oeste – locais onde a classe média predomina.




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