O Grande ABC tem testemunhado, nos últimos anos, uma notável mudança nas dinâmicas sociais, refletida de maneira contundente no aumento de 58% no número de casamentos homoafetivos entre 2020 e 2023, conforme demonstra reportagem publicada nesta edição do Diário. Este expressivo crescimento não apenas evidencia uma sociedade mais progressista e menos discriminatória, mas também sinaliza uma transformação na percepção coletiva em relação às uniões entre pessoas do mesmo sexo. É um avanço que se alinha aos tempos atuais, em que até a Igreja Católica, uma das instituições mais conservadoras de que se tem conhecimento, emite sinais de acolhimento aos casais gays.
O avanço vai ao encontro da decisão proferida em 2011 pelo STF (Supremo Tribunal Federal), que equiparou relações entre pessoas do mesmo sexo ao casamento entre homens e mulheres. O reconhecimento da união homoafetiva como um núcleo familiar pela mais alta instância jurídica do País é marco fundamental na luta por igualdade de direitos. A região não apenas abraçou a determinação, como a celebra ativamente, como indicam os dados estatísticos. A estreita ligação do comportamento da comunidade com a decisão da Suprema Corte sugere que a sociedade está progressivamente se distanciando de valores conservadores, abraçando perspectiva mais inclusiva e igualitária.
Uniões entre pessoas do mesmo sexo são, cada vez mais, percebidas como parte integrante da diversidade familiar, refletindo a compreensão de que o amor e o compromisso não conhecem fronteiras de gênero. O avanço não apenas representa um triunfo para a comunidade LGBTQIA+, como também aponta a futuro mais inclusivo e tolerante. A sociedade, ao reconhecer as diversas formas de relacionamento, constrói alicerces sólidos para coexistência mais harmoniosa e justa. Se até o papa Francisco, chefe supremo da tradicionalíssima Igreja Católica, ordenou que padres concedam bênção a casais gays, não há outro caminho para instituições laicas. Não se trata de favor, aliás, mas de direito.
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