Contagem foi iniciada em 2015 pelo Detran; somente em 2023 já são 43 mortes registradas
O número de mortes no trânsito nas rodovias com concessão da Ecovias, no Grande ABC, é o maior da série histórica, divulgada desde 2015 pelo InfoSiga, sistema de monitoramento do governo estadual gerenciado pelo Detran-SP (Departamento de Trânsito de São Paulo). No período de 1º de janeiro a 31 de outubro de 2023 foram registrados 45 óbitos na SP-150, Via Anchieta, e SP-160, Rodovia dos Imigrantes, sendo oito a mais do que em 2017 (ano até então com maior número de mortes no período), quando houve 37 óbitos.
Este também será o ano mais letal das vias, visto que o número registrado, 45, já é maior que o de todos os anos completos desde 2015. Em 2017 e 2018, as rodovias registraram 44 óbitos, um a menos do que a marca alcançada neste ano até outubro. Na última semana, o Diário percorreu as rodovias e constatou diversos problemas de estrutura e organização.
Regis Frigeri, observador certificado pelo Observatório Nacional de Segurança Viária, avalia que, para um trânsito seguro nas rodovias como condutor, é necessário ter total atenção à velocidade do veículo, uma vez que nas rodovias é maior, além de alertar sobre a distância segura entre veículos, sobretudo com neblina.
“Na rodovia, além do condutor, a concessionária ou órgão público é responsável por um trânsito seguro, através das manutenções preventivas e corretivas das vias e nas sinalizações verticais e horizontais, elas são responsáveis para que todos os condutores tenham informações sobre a condição da rodovia”, afirma Frigeri, que complementa. “Em relação aos pedestres circulando ou atravessando as rodovias, devem sempre usar roupas claras ou fluorescentes para favorecer a visualização do ponto de vista do condutor do veículo”.
Ao Diário, a Ecovias afirma que dispõe do PRA (Programa de Redução de Acidentes), formado por colaboradores de diferentes áreas técnicas da empresa, que se reúnem semanalmente para analisar ocorrências e propor soluções. Segundo a empresa, o trabalho se soma às ações adotadas ao longo dos anos “que incluem melhorias operacionais, intervenções de engenharia e melhorias de infraestrutura, além de realizar periodicamente, diversas ações de segurança viária, para a conscientização de pedestres, ciclistas, motociclistas e motoristas de veículos leves ou pesados que circulam pelo SAI (Sistema Anchieta-Imigrantes)”.
APÓS PRESSÃO, ECOVIAS RESPONDE DEPUTADO
A Ecovias respondeu o ofício enviado pelo deputado estadual Luiz Fernando Teixeira (PT), que já aguardava há duas semanas um retorno para o documento que pedia esclarecimentos sobre as denúncias registradas contra a empresa nos últimos meses, o que inclui cobranças duplas, alto preço em pedágios e buracos na pista. O parlamentar, com domicílio eleitoral em São Bernardo, confirmou o recebimento na última sexta-feira, mas disse que ainda não teve tempo de ler o documento por completo.
O retorno acontece depois do deputado estadual afirmar ao Diário que planejava convocar representantes da concessionária na Comissão de Infraestrutura da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo),“Vou aguardar esta semana, se não haverá uma convocação”, disse Luiz Fernando na última semana. Já a Ecovias, informou que havia recebido o ofício e que estava levantando as informações para responder o quanto antes, de acordo com seus processos internos. O documento é consequência do aumento expressivo de queixas sobre os serviços prestados pela Ecovias.
No ofício ao qual o Diário obteve acesso, o representante citado é Rui Klein, diretor-superintendente da Ecovias. Nos documentos, o deputado pede que a empresa remeta o número de reclamações que recebeu durante os anos de 2022 e 2023, relativas aos serviços prestados, separando-as por assunto, relacionando quantas se referiram à cobrança em duplicidade da tarifa de pedágio, quantas por danos ocasionados em veículos e demais objetos, além de informar quais foram resolvidas pela concessionária.
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