Numa terra distante, habitada por seres políticos de direita e esquerda, existia uma antiga oficina chamada “Câmara dos Parafusos”. Neste local, os parafusos eram seres mágicos que representavam as decisões políticas que moldavam a sociedade.
No centro da oficina, havia um parafuso especial, conhecido como “Parafuso da Governança”. Este parafuso era único, pois podia girar tanto para a direita quanto para a esquerda, simbolizando as diferentes abordagens políticas que os habitantes daquela terra adotavam.
Os políticos de direita eram representados por uma guilda de parafusos robustos e resistentes, sempre girando a favor da estabilidade e ordem, primando pela economia livre, forte e cada vez mais atraindo investimentos e gerando riqueza.
Os políticos de esquerda argumentavam que era preciso olhar para os mais fracos, indefesos e com menos oportunidades, dividindo riquezas e permitindo maior participação nas decisões onde se investir, como e quando.
Um dia, o líder dos parafusos de direita, o Sr. Firmeza, decidiu se reunir com os líderes dos parafusos de esquerda para discutir o futuro da terra.
Na reunião, o Sr. Firmeza explicou: “Girar para a direita é como apertar um parafuso. Fortalece a estrutura, proporciona segurança e resistência. Assim, a sociedade se torna mais coesa e resiliente.”
Os políticos de esquerda, representados pelo Sr. Flexibilidade, argumentaram que girar para a esquerda permitiria uma maior adaptação às mudanças sociais. “Ao afrouxar o parafuso, damos espaço para novas ideias e perspectivas. Isso cria uma sociedade mais inclusiva e dinâmica”, afirmou o Sr. Flexibilidade.
A reunião prosseguiu com debates acalorados, cada lado defendendo suas ideias com paixão. Entretanto, ambos os lados perceberam que, para construir uma sociedade verdadeiramente equilibrada, era necessário encontrar um meio-termo. O Parafuso da Governança deveria ser ajustado com sabedoria, de forma a garantir tanto a estabilidade quanto a adaptabilidade.
Assim, os líderes políticos decidiram trabalhar juntos para encontrar o equilíbrio certo. Eles descobriram que, ao ajustar o Parafuso da Governança com moderação, podiam criar uma sociedade onde a firmeza e a flexibilidade coexistiam harmoniosamente.
A lição da fábula é clara: o sucesso de uma nação depende da capacidade de seus líderes de encontrar um equilíbrio entre força e flexibilidade, direita e esquerda. Girar o Parafuso da Governança com sabedoria é a chave para construir uma sociedade sólida e adaptável, onde todos os cidadãos se sintam seguros e representados.
Gregório José Lourenço Simão é jornalista, radialista e filósofo.
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