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Esclerodermia

Doença auto-imune, rara, que pode se manifestar inicialmente com alterações de articulações, simulando uma artrite reumatóide

Por Leo Kahn
25/09/2008 | 00:00
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Doença auto-imune, rara, que pode se manifestar inicialmente com alterações de articulações, simulando uma artrite reumatóide, depois ocorre o endurecimento da pele, que se torna espessada, lisa e sem elasticidade.

As pessoas com esclerodermia produzem uma quantidade exagerada de colágeno, a proteína do tecido conjuntivo responsável por estruturar e unir os diferentes tecidos do corpo. A elevada produção dessa substância não só leva ao enrijecimento da pele como pode afetar vasos sangüíneos e órgãos internos, como o coração, os pulmões e os rins.

Há dois tipos de esclerodermia: a localizada, mais comum em crianças, ataca apenas certas partes do corpo; e a sistêmica, que pode afetar todo o organismo, incluindo os órgãos internos.

A esclerodermia sistêmica, mais comum em adulto, afeta órgãos internos e vasos sangüíneos de pequeno calibre, que se afinam e em alguns casos ficam inteiramente obstruídos.

Essa doença afeta indivíduos de todas as raças, mas é maior especialmente entre nas mulheres. O risco de desenvolver a doença é de três a nove vezes maior entre o sexo feminino. A maioria dos casos atinge pessoas entre 35 a 55 anos.

É a mais mortal de todas as doenças reumáticas. Os dados epidemiológicos mais confiáveis sugerem que a esclerodermia acomete entre 24 a 30 pessoas por milhão por ano nos Estados Unidos.

As complicações dependem de qual região do corpo foi atacada e podem variar de leves a graves. Nas juntas, os problemas são parecidos com os da artrite - dor, vermelhidão, inflamação, perda da flexibilidade e até a deformidade. Nos dedos das mãos, a esclerodermia costuma limitar a realização de tarefas cotidianas, como escovar os dentes e o cabelo, segurar uma xícara etc.

Quando atinge um órgão vital, como nos rins, pode levar à hipertensão severa e até a falência. No pulmão a esclerodermia às vezes causa hipertensão e fibrose pulmonar. Ao atacar o coração, chega a afetar o bombeamento de sangue e alterar o ritmo cardíaco, podendo causar a falência do órgão.

SINTOMAS
Os sinais que indicam a esclerodermia variam muito, mas o principal é o espessamento e o enrijecimento de diferentes regiões da pele.

Outras manifestações incluem descoloração da pele, aparecimento de pintas vermelhas nas mãos, nos antebraços, no rosto e nos lábios, dor e perda de flexibilidade nas articulações, sensação de dormência nas extremidades, pele com aparência de marfim, arqueamento e endurecimento dos dedos, coceira na pele, alteração de cor na ponta dos dedos devido ao frio ou ao estresse (Fenômeno de Raynaud), aparecimento de feridas em algumas regiões como nos dedos e no cotovelo, perda de peso, cansaço, dificuldade de engolir, azia e encurtamento da respiração.

DICAS
A esclerodermia é de três a nove vezes mais comum no sexo feminino, mas os homens costumam apresentar manifestações mais graves da doença.

O primeiro passo é manter a atenção para os sintomas e procurar um médico, que realizará um exame clínico à procura de outras manifestações da doença. Se o exame inicial mantiver a suspeita de esclerodermia, o passo seguinte é realizar alguns exames laboratoriais.

Em alguns casos, biópsias da pele podem oferecer informações adicionais valiosas para confirmar ou excluir a possibilidade de esclerodermia.

Nas formas que apresentam deformidades é importante a fisioterapia para evitar o comprometimento dos movimentos.

Um dos grandes problemas da doença é o enrijecimento da pele do rosto. O medo de não se sentir atraente e ser rejeitado pelo companheiro ou companheira é uma das principais causas da baixa auto-estima entre os pacientes sendo necessário acompanhamento psicológico.

Recentemente surgiu uma grande controvérsia relacionando implantes de silicone nas mamas a um aumento no risco para esclerodermia, mas estudos científicos realizados em vários centros de pesquisa não comprovaram estas suspeitas.

A esclerodermia não possui cura e, devido à sua evolução variável, é considerada uma das doenças reumáticas de tratamento mais difícil.

A esclerose sistêmica progressiva geralmente é tratada pelo reumatologista ou clínico-geral devido ao envolvimento dos órgãos internos.




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