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'Al-Zarqawi morreu, mas milhares aparecerão', dizem islâmicos
Da AFP
08/06/2006 | 18:41
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A morte do chefe do braço iraquiano da rede Al-Qaeda, Abu Mussab al-Zarqawi, provocou nesta quinta-feira uma enxurrada de comentários inflamados e vingativos de vários islâmicos em páginas da Internet, afirmando que "milhares de Al-Zarqawis aparecerão" para continuar a "Jihad".

"A morte como mártir do nosso emir apenas atiçará o fogo contra os inimigos de Alá. Nossa nação é prolífica. Ela gerou milhares de Al-Zarqawis", escreve a revista eletrônica "Sada al-Jihad".

Neste primeiro comunicado, a revista ligada à rede de Osama bin Laden propôs dedicar sua próxima edição ao falecido Al-Zarqawi.

Estes comentários surgiram pouco depois do anúncio feito pelo premier do Iraque, Nuri al-Maliki, de que Al-Zarqawi tinha sido "eliminado" em uma operação conjunta de iraquianos e americanos contra seu bastião, 8 km ao norte de Baaquba (norte de Bagdá).

Uma outra nota, de um grupo que se apresentou como os "Filhos do Movimento Islâmico na Palestina", convoca "os irmãos do braço da Al-Qaeda no Iraque a golpear os inimigos de Alá no mundo todo, começando pelo Afeganistão, Chechênia, Iraque e Palestina".

Eles o comparam ao fundador e ao dirigente do movimento radical islâmico palestino do Hamas, xeque Ahmed Yassin e Abdel Aziz Rantissi, respectivamente, mortos em ataques israelenses em 2004.

"Al-Zarqawi morreu como mártir, a exemplo do xeque Ahmed Yassin e de Abdel Aziz Rantissi (...) mas a 'Jihad' não vai parar. Centenas de milhares de heróis vão imitar seus passos", escreve o grupo, manifestando-se pela primeira vez na Internet.

O islâmico kuwaitiano, xeque Hamed ben Abdullah al-Aali, nem esperou a confirmação do falecimento de Al-Zarqawi para se pronunciar.

"Se a morte de Al-Zarqawi se confirmar, será um prelúdio da vitória dos 'jihadistas'. Os muçulmanos se alegrarão em breve com a derrota dos cruzados no Iraque", afirmou ele, em seu site.

"Um leão caiu como mártir, mas (o presidente americano, George W.) Bush deve saber que milhares de Al-Zarqawis aparecerão. Os tiranos não têm de se alegrar. Pelo contrário, é a vitória que se anuncia. Nossa nação encerra milhões de Al-Zarqawis", recita "Abu Kanana", em um poema intitulado "o mártir é uma vitória em si mesmo".

As declarações redobraram de intensidade e fervor "jihadista" após a confirmação da morte de Al-Zarqawi por meio da rede local da Al-Qaeda.

Vários sites abriram "registros de condolências". Outros, por sua vez, lançaram "registros de felicitações". Alguns internautas até pediram aos fiéis que organizem "orações do ausente" nas mesquitas.

A web também foi inundada de fotos de Al-Zarqawi, que surpreendeu em abril passado ao aparecer, pela primeira vez, em um vídeo disponibilizado on-line, prometendo vencer os Estados Unidos, alguns dias após um acordo sobre a formação de um governo iraquiano.

Como uma nota dissonante, um internauta faz um balanço crítico, com sete pontos, da "trajetória deste terrorista jordaniano".

"Al-Zarqawi é responsável pelo derramamento de sangue de milhares de inocentes, por explosões bárbaras cometidas em todo o Iraque (...) Os iraquianos, incluindo os honoráveis sunitas, condenam os atos deste terrorista histérico", ataca o internauta.



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