Paratleta Bruna Alexandre deseja realizar o feito de disputar Jogos Olímpicos e Paralímpicos, que seria feito inédito no esporte brasileiro
O tênis de mesa do Brasil está garantido nos Jogos Olímpicos de Paris (Franca) 2024. Na semana passada, nos Jogos Pan-Americanos da modalidade, as seleções masculina e feminina conquistaram a vaga para a disputa por equipes. Porém, uma história se destaca diante dessa conquista: a de Bruna Alexandre, natural de Criciúma-SC, e que há 12 anos vive no Grande ABC. Bruna chamou atenção do mundo esportivo por ser uma paratleta que aceitou o desafio de competir por vaga na equipe brasileira das Olimpíadas do ano que vem, além de já ter presença confirmada nas Paralímpiadas.
No tênis de mesa paralímpico existem 11 classes – 1 a 5 para cadeirantes, 6 a 10 para andantes e 11 para andantes com deficiência intelectual. Bruna disputa a classe 10, pois não possui o braço direito, que teve de ser amputado quando tinha apenas três meses de vida, devido a um erro médico na aplicação da vacina BCG.
No entanto, essa limitação não foi um problema para ela conquistar seu espaço, visto que, com apenas 7 anos, já praticava a modalidade com seu irmão. Aos poucos, foi aprendendo a sacar com uma mão e evoluindo, até que, aos 16, foi chamada pelo presidente da CBTM (Confederação Brasileira de Tênis de Mesa), Alaor Azevedo, para se mudar para São Caetano e competir em um nível mais elevado.
Agora com 28 anos, a paratleta reflete na mudança que ela teve que fazer ainda quando adolescente, e detalha a importância que isso teve em sua vida. “Eu vim sozinha e a Silmara (Gama), da Confederação, me ajudou, por eu ser menor. Então, ela e o presidente me acolheram e me ajudaram a ter essa oportunidade”, disse Bruna.
Ela ainda deu detalhes de como essa mudança a ajudou no processo de evolução e a se tornar uma das melhores do mundo em sua categoria (hoje ela é a terceira no ranking mundial). “Foi em São Caetano que aprendi a disputar em alto nível e conquistar meu espaço. Com isso, vieram diversas conquistas, como as medalhas paralímpicas de 2016 (bronze no individual e por equipe) e 2020 (prata no individual e bronze por equipe)”, lembra a atleta.
A mesa-tenista mostrou todo o seu potencial na competição da semana passada. Mesmo com sua limitação, ela foi essencial para a classificação da equipe brasileira para os Jogos Olímpicos, obtendo vitória decisiva contra Porto Rico, no quadrangular final. A atleta também almeja disputar os Jogos Pan-Americanos, que será disputado entre 20 de outubro e 5 de novembro, em Santiago (Chile), onde ela terá mais uma oportunidade de mostrar que é um dos grandes nomes do tênis de mesa mundial.
“A mesma equipe que disputou em Cuba vai ao Pan-Americano no Chile. Espero que possamos fazer uma boa competição”, finaliza a mesa-tenista, que briga pela última vaga da equipe para as Olimpíadas.
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