Agência afirma que já tomou conhecimento sobre denúncias junto à concessionária do SAI
A Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo) vai apurar as reclamações de usuários contra a Ecovias, responsável pelo SAI (Sistema Anchieta-Imigrantes), após o Diário mostrar, no último sábado, que a concessionária acumula insatisfação nos meios digitais, como a cobrança dupla de pedágios e seu alto preço, atualmente em R$ 35,30. A agência afirmou que “já tomou conhecimento das questões apontadas na reportagem e está apurando cada uma delas com a concessionária”.
Ao ser questionada sobre as reclamações dos motoristas, a Artesp ainda complementou dizendo que mantém fiscalização e diálogo permanentes com a Ecovias, e com todas as concessionárias que integram o Programa de Concessões Rodoviárias do Estado, buscando “garantir a eficiência da operação aos usuários”. O SAI é a principal ligação entre a Região Metropolitana e o Porto de Santos, abrangendo também o Polo Petroquímico de Cubatão, as indústrias do Grande ABC e o Litoral.
Conforme mostrou o Diário no último sábado, a concessionária acumula reclamações no site Reclame Aqui, espaço em que consumidores expõem as suas queixas e as empresas têm oportunidade de se posicionar. A Ecovias possui 1.758 citações e, em um ranking que vai de 0 a dez, tem nota 3,9 e aparece como ‘não recomendada’ pelos usuários da plataforma. Apesar de responder às demandas, a reportagem apontou que quase a totalidade das queixas são respondidas, mas com textos burocráticos.
O Diário verificou as ocorrências relatadas pelos usuários entre julho e setembro deste ano, sendo a maioria delas (36) se referem aos pedágios. Neste quesito, a bronca dos usuários vai de cobrança em duplicidade até veículos danificados pelas cancelas nas praças de cobrança. “No dia 7/9, às 21h20, passei na cancela automática na Imigrantes e foi cobrado o valor duplicado do pedágio. Enviei solicitação pelo site, mas não obtive retorno. Gostaria do reembolso do valor o mais rápido possível”, escreveu um usuário no dia 19 deste mês. A solicitação ainda não foi respondida, mesmo após a publicação da matéria.
BURACOS
Mas não são apenas os pedágios que deixam os motoristas na bronca. No dia 15, um morador de São Caetano reclamou de uma ocorrência no início do ano. “No dia 14 de janeiro usei a Anchieta sentido Santos por volta das 12h30 e durante a operação de descida para o Litoral me deparei com um buraco bem acentuado, aproximadamente no km 49, onde não tinha como desviar devido ao tráfego intenso. Foi um pancada bem forte! O pedágio mais caro do Brasil e tem um buraco na pista, que se não causa acidente, danifica os veículos???”, escreveu o motorista, que anexou fotos do pneu danificado e do gasto com o reparo.
Outro usuário, no dia 1° deste mês, reclamou sobre o mesmo assunto. “No meio da estrada, na altura de Cubatão - Litoral SP, existe um buraco gigantesco! Este mesmo buraco quase causa um acidente grave neste último final de semana do dia 25/08/2023”, diz a mensagem do reclamante, que apontou estar no carro a namorada e o filho, quando ouviu “um barulho atordoante”. Em resposta a concessionária afirma que gerou um protocolo “com orientação sobre dados e/ou documentos necessários para o ingresso do pedido de ressarcimento”.
DEFESA
Em resposta, a Ecovias disse que seu canal oficial de atendimento é a ouvidoria. Sobre a falta de respostas, a empresa diz que, embora não seja um canal oficial, o Reclame Aqui recebe atenção da concessionária, que analisa e apura cada uma das mensagens, dando retornos personalizados. A concessionária ainda aponta que “acabou de ser apontada pelo MESC/Google como uma das 100 melhores do Brasil em Satisfação do Cliente”. A avaliação é feita ao longo de 12 meses por meio do Google Opinion Rewards.
O SAI está sob concessão da Ecovias há 25 anos. Em média, 100 mil veículos utilizam as estradas por dia, sendo 13 mil comerciais em direção ao Porto de Santos. Em feriados prolongados e datas comemorativas, como Carnaval, Semana Santa ou fim de ano, estes números crescem sistematicamente. A concessionária é responsável pela exploração e manutenção do sistema rodoviário de 176,8 km de extensão e pela prestação de serviços aos cerca de 40 milhões de veículos que circulam anualmente pelo SAI.
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