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Jair Bolsonaro deve receber título de cidadão são-bernardense na Câmara

Casa havia aprovado possibilidade de entregar honraria ao ex-presidente fora do Legislativo, mas agora abre caminho para realizar solenidade no município

Raphael Rocha
23/09/2023 | 07:00
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Divulgação


A Câmara de São Bernardo se prepara para conceder o título de cidadão são-bernardense ao ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) nas dependências do Legislativo. A honraria foi aprovada pela Casa em outubro de 2022, com a indicação de entregar o título a Bolsonaro em Brasília. Porém, como ele não foi reeleito, a solenidade acontecerá em São Bernardo.

Nesta semana, dois atos administrativos encaminharam o desfecho para o evento. Na quarta-feira, por acordo de lideranças, os vereadores aprovaram a revogação da resolução que, por caráter excepcional, autorizava a entrega da honraria máxima do município para Bolsonaro fora do Parlamento municipal. 

E, ontem, o Notícias do Município, o Diário Oficial de São Bernardo, republicou a comissão interna que ficará responsável por organizar o ato.

A comissão será formada pelo vereador Paulo Chuchu (PRTB), aliado da família Bolsonaro, e por Bruno Marcon, Emerson Bastos Mello, Leandro Antonio da Silva, Magali Mori Louceiro, Marcos Rezende Martins, Sandro Capela Delgado, Heloisa Coli Bizzoto e Jorge Antonio Dias Angioletto. Ainda não foi divulgada data para a realização da solenidade.

A mesma modificação administrativa valerá para o título de cidadão são-bernardense ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), filho do ex-presidente. Chuchu foi assessor parlamentar de Eduardo Bolsonaro antes de se eleger vereador em São Bernardo, em 2020.

O Diário apurou que o pedido de revogação da solenidade fora de São Bernardo partiu do próprio Chuchu, que quer fazer um ato para Eduardo Bolsonaro na cidade e, de quebra, trazer Bolsonaro – e, assim, catapultar sua candidatura à reeleição no ano que vem. 

A concessão do título de cidadão são-bernardense a Bolsonaro foi alvo de intenso debate na Câmara. O projeto entrou em votação pela primeira vez em março de 2022 e sofreu sucessivos adiamentos até outubro. Curiosamente, o desfecho da celeuma só aconteceu após a realização do primeiro turno da eleição presidencial – no segundo turno, o prefeito de São Bernardo, anunciou apoio à então tentativa de reeleição de Bolsonaro, que não se consolidou (Luiz Inácio Lula da Silva, PT, venceu o pleito).

Na justificativa, Paulo Chuchu argumentou que Bolsonaro prestou relevantes serviços para a cidade, destacando “o avanço (...) principalmente na área da saúde, após o início da pandemia do novo coronavírus, tendo enviado ao município a quantia de R$ 25 milhões, por meio do governo federal, para a construção do Hospital de Urgência”.

“A biografia que segue anexa demonstra fielmente a justeza da homenagem que pretendemos efetivar através de nossa propositura. Com a aprovação da presente propositura, São Bernardo sentir-se-á honrada por contar, entre os nomes de seus ilustres cidadãos, com o do presidente da República Federativa do Brasil, senhor Jair Messias Bolsonaro”, alegou Chuchu.

OUTRA TENTATIVA

Em 2017, o então vereador Rafael Demarchi (União Brasil) apresentou projeto para conceder o título de cidadão são-bernardense a Bolsonaro. Ele também apresentou a proposta de considerar o à época deputado federal como cidadão emérito de São Bernardo e de entregar a Medalha João Ramalho, as grandes honrarias da cidade. As ideias, porém, não avançaram no plenário e foram arquivadas.




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