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Estudante não quer voltar à escola
Bruna Gonçalves
Do Diário do Grande ABC
07/05/2010 | 07:57
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O estudante de 11 anos da 5ª série do Ensino Fundamental da Escola Estadual Professora Maria Luiza Ferrari Cícero, em São Bernardo, não quer mais voltar às aulas após as brincadeiras feitas pelos colegas na tarde de anteontem. "Não quero mais estudar lá. Eu sei que se voltar vão ficar me chamando de apelidos que não vou gostar. Pode passar meses que sempre vão lembrar", disse o menino, muito chateado, ao lembrar dos comentários dos colegas.

Para a pedagoga Maria Angela Barbato Carneiro, da PUC (Pontifícia Universidade Católica) de São Paulo, a situação vivida pelo garoto pode trazer alguns problemas. "Ele não vai querer voltar para a escola, vai ficar um garoto mais fechado. Por isso, acredito que a própria instituição de ensino poderia ter uma conversa com os alunos sobre isso e mostrar que pode ocorrer com qualquer um. Se isso pode afetar o aprendizado, é preciso ser analisado. Mas nem sempre acontece", explicou.

A mãe do estudante disse que vai deixar o menino pensar durante o fim de semana. "A própria diretora disse que ele é um aluno muito aplicado e inteligente e que deve continuar (na unidade). Mas vou dar esse tempo para ele refletir", afirmou.

Segundo o garoto, não é a primeira vez que recebe apelidos dos colegas. "Por ser mais forte me chamam de gordo, baleia. Isso também acontece com outros amigos".

BULLYING - De acordo com a pedagoga, situações de bullying (agressões físicas ou verbais recorrentes nas escolas) só acontecem quando a ridicularização persiste. "Caso as brincadeiras continuem, podemos dizer que é (bullying), mas se for algo passageiro, não", pontuou.

A reportagem esteve ontem à tarde na saída da escola para conversar com pais e alunos sobre o ocorrido. Para os estudantes, foi um exagero o que aconteceu. "A professora perguntou para um colega de perua porque o estudante não tinha ido à aula (ontem) e comentou que tinha ficado com dó do garoto.Não precisavam expor assim", disse uma aluna de 11 anos. "Faltam funcionários na escola, por isso que situações como essa acontecem, além de brigas entre os alunos. O meu filho mesmo já foi atingido por uma latinha no olho, por não ter ninguém para olhar", disse a doméstica Arlete da Silva, 40 anos, moradora do Jardim Petroni.

De acordo com a Secretaria Estadual de Educação, a agressão com a latinha foi um acidente. "Um aluno chutou uma latinha, que ganhou altura e atingiu o estudante. Ele foi socorrido imediatamente, e os pais chamados à escola", disse, em nota. A escola possui 13 funcionários e 45 professores.




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