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Maurício decide candidatura a vice-governador nesta semana
Maurício Klai
Do Diário do Grande ABC
30/03/2002 | 17:16
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O governador Geraldo Alckmin e o prefeito de São Bernardo, Maurício Soares, ambos PSDB, deverão se encontrar entre terça e quarta-feira, para uma conversa definitiva sobre a vaga de vice governador. Do encontro, Maurício sairá com a certeza sobre se deve renunciar ou não ao comando do terceiro maior orçamento do Estado e disputar eleição ao lado de Alckmin. O prazo para a desincompatibilização termina em 8 de abril.

Na última quarta-feira, ao continuar as articulações, o prefeito foi à Assembléia buscar apoio de vários deputados. Foi recebido pelo presidente estadual do partido, Edson Aparecido, e pelo presidente da Casa, Walter Feldman. Maurício entregou-lhes manifesto no qual contabilizava apoio de 60 prefeitos do Estado, resultado de uma palestra sobre dívida ativa em São José do Rio Preto. “Não sou o único a defender meu nome”, teria dito o prefeito.

Na quinta-feira, o prefeito telefonou ao Palácio dos Bandeirantes na tentativa de marcar uma reunião com Alckmin. Nos bastidores políticos, havia a expectativa de que os dois decidissem a questão no feriado de Páscoa. Maurício, contudo, foi descansar em seu sítio no Interior do Estado.

O presidente nacional do PSDB, deputado federal José Anibal, tem sido um dos grandes facilitadores de contatos no ninho tucano para o prefeito. É amigo pessoal do secretário do Meio Ambiente e da Habitação de São Bernardo, Osmar Mendonça, com quem se encontrou em São Paulo, na quinta-feira. Na pauta: os novos apoios conquistados pelo pelotão de choque de Maurício.

Mas não são todos os ventos que sopram a favor do prefeito, que fez uma verdadeira maratona de visitas a quase todos os municípios do Estado desde que ouviu de Edson Aparecido, em janeiro, que seu nome “não era conhecido o suficiente para compor com o governador.”

Maurício acionou a operação mostrar a cara, consolidada em um manifesto entregue na sede do tucanato. No documento, o prefeito demonstrou o peso político do Grande ABC como fator decisivo para a vitória do ex-governador Mário Covas contra o ex-prefeito de São Paulo Maluf (PPB) nas últimas eleições. “Para ser um bom governador é preciso antes de tudo ser um bom prefeito”. Esta idéia foi defendida abertamente no 46º Congresso Estadual de Municípios, realizado em Serra Negra, no qual Maurício fez uma apresentação para quase 800 pessoas, entre prefeitos e vereadores de todo o Estado. O prefeito deixou o evento, satisfeito por ter amealhado novos simpatizantes.

Fim dos planos – Se por um lado os planos do prefeito de São Bernardo vão bem, os de seu colega Luiz Tortorello (PTB), prefeito de São Caetano, receberam uma ducha de água fria. “Desautorizo qualquer pessoa a se lançar candidato pelo partido até a apreciação pelo Supremo Tribunal Federal sobre a verticalização ser definida”, disse, por meio da assessoria, o presidente estadual do partido, Campos Machado. E completou: “Até a definição dela, o PTB tem candidato e ele se chama Geraldo Alckmin.”

Segundo o deputado federal Luiz Antonio Fleury (PTB), a palavra final sobre a verticalização das coligações será proferida dia 10, quatro dias após o vencimento do prazo para Maurício Soares ou Tortorello renunciarem ao comando de suas cidades. “Será um jogo de alto risco para ambos”, disse.

Sobre o imbróglio que envolve os petebistas – divididos entre apoiar Alckmin e como conseqüência enterrar Ciro Gomes (pois São Paulo detém 25% do eleitorado nacional) resta o vaticínio de Fleury: “Está na hora de o PTB decidir entre transformar-se em um partido nacional e se livrar da mancha fisiologista e oportunista, ou fazer parte de uma federação de partidos estaduais”, disse.




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