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Prefeito de Mauá enfrenta oposição de aliados
Leandro Laranjeira
Do Diário do Grande ABC
14/09/2002 | 20:27
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  O clima anda quente na Câmara de Mauá desde a volta do recesso parlamentar. Há quem atribua o fato ao processo eleitoral, que deixa os vereadores, mesmo os que não são candidatos, com os ânimos exaltados. Porém, o que acontece é uma visível mudança de postura por parte de alguns vereadores.

O prefeito Oswaldo Dias (PT), antes soberano na Casa, tem sido constantemente atacado pelo colegiado, inclusive por vereadores que há alguns meses o defendiam. Dias afirma não ter tido problema algum com nenhum vereador. Segundo ele, é normal que neste período as pessoas carreguem seus discursos, se mobilizem e questionem mais a administração.

“Além da eleição, temos de rediscutir o bloco de sustentação. É um ano de eleição da Mesa Diretora. Além disso, reconheço que o parlamentar tem de ouvir a população. Mas, no geral, nossa relação é boa. Os descontentamentos são normais. A posição de atrito com a Câmara não tem prejudicado e atrapalhado o governo. Trabalhamos para a harmonia, não à submissão de um lado para outro”, afirmou Dias.

A bancada oposicionista tem se destacado durante as sessões. Seus discursos inflamados e carregados de acusações contra a administração têm intimidado até aos maiores defensores de Dias. A bancada petista fica sem argumentos para defender o Executivo quando o oposição começa com ataques.

O vereador e candidato a deputado federal Lourival Lolô Rodrigues Fargiani (PL) é um dos mais críticos. Seus discursos no plenário são direcionados a ataques pessoais. Seu alvo preferido é o prefeito. Recentemente, o liberal jogou toda a sua raiva para cima de Dias. “Esse homem é um demônio, o maior ditador que já passou pela cidade. Ele é um crápula, um bandido sem-vergonha. O povo não pode ser tratado como vagabundo”. Lolô afirmou que não se arrepende do que falou.

Em resposta às acusações de Lolô, o prefeito afirmou que o vereador tem o direito de pensar o que quiser. “Faço uma administração reconhecida por todos. Mudamos a cara da cidade. Existe uma série de situações para que determinada pessoa acredite que eu seja um ditador. Mas, a maioria da população não acredita nisso. Poderia ser um ditador se fizesse coisas que não estivessem na lei. Cabe à pessoa que acredita nisso acionar a Justiça para saber em que ponto estou transgredindo a legislação.”

Outro vereador que se rebelou contra a administração é Alberto Betão Pereira Justino (sem partido). Ele nunca foi de oposição declarada. Até teve problemas com a direção de seu ex-partido, o PSB, por não cumprir papel de opositor na Casa e, muitas vezes, votar com a bancada de sustentação. A raiva de Betão é ainda maior, ele é um antipetista declarado. Em uma de suas recentes reclamações, chegou a afirmar que se Lula chegasse ao poder o povo iria sofrer.

Mesmo vereadores das bancadas do PL (Diniz Lopes dos Santos e Altino Moreira dos Santos) e dos sem-partido (Claudete Porto de Souza Lopes, Terezinha Luiz Ferreira, a Teka, Arissol Miranda e Zeferino Ferreira de Sousa) têm votado contra a administração, o que antes dificilmente acontecia.




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