O grupo espanhol OHL adquiriu na tarde desta terça-feira cinco dos sete trechos de rodovias federais oferecidos no leilão da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres). Juntos, os sete lotes privatizados somam 2,6 mil quilômetros e receberão cerca de R$ 20 bilhões de investimentos privados nos próximos 25 anos.
Pelas regras do leilão, venceriam a disputa as concessionárias que apresentassem as menores tarifas de pedágio com base em um teto máximo fixado pelo governo. Dos sete trechos oferecidos, cinco foram arrematados pela OHL, segunda maior empresa de concessão de rodovias. Atualmente, a empresa controla quatro concessionárias de São Paulo: a Autovias, Centrovias, Intervias e Vianorte.
A espanhola adquiriu os trechos da BR-116 (Régis Bittencourt) por R$ 1,364, com um deságio de 49,2% sobre o preço máximo fixado para a licitação; a BR-381 (Fernão Dias), por R$ 0,997, com deságio de 65,43%; e o trecho entre as rodovias BR-101, BR-116 e BR-376 (que ligam Curitiba a Florianópolis) por R$ 1,028, com deságio de 62,67%. A OHL também conquistou a concessão do sexto lote, que envolve o trecho da BR-116 (entre Curitiba e a divisa do Paraná com Santa Catarina), por R$ 2,54.
O quinto lote foi adquirido pelo consórcio BRVias, que ofereceu a tarifa de R$ 2,45, com deságio de 40% em relação ao teto da licitação, pela BR-153, que liga Minas Gerais e São Paulo. Já o sétimo lote, o menos concorrido, foi adquirido pela Acciona. A empresa ofereceu R$ 2,94 por pedágio da BR-393, da divisa de Minas Gerais e Rio de Janeiro até a Via Dutra. O valor representa deságio de 27,17%.
Durante a tarde, um mandado de segurança obtido em favor da Acciona, que havia sido desqualificada para participar do leilão, interrompeu o processo de venda por 20 minutos. Após a análise dos documentos, a Acciona do Brasil foi incorporada à disputa.