Setecidades Titulo Memória
Carroças e tílburis. Charretes e carroções. Do rural ao industrial. Surgem os carrinheiros... ...e os catadores.

E São Paulo parou com eles na greve de 1903...

Ademir Medici
Do Diário do Grande ABC
07/08/2023 | 07:45
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Carros de praça

Texto: Alexandre Takara

A nossa coluna de hoje (1-8-2023) refere-se aos táxis do início do século (1903), como carroças, tílburis, charretes e a carroções de aluguel. 

Mudei para Santo André em 1950. Ainda havia remanescências desses "taxis". 

As professoras vinham de São Paulo, em trens de subúrbio, e pegavam charretes em demanda às suas escolas, ainda não servidas por linhas de ônibus. 

Esses "taxis" as traziam de volta à estação - lembranças da época de transição da economia rural para a economia urbana. 

Exemplo de transição é que, até o final da década de 1950, havia, em frente à estação de Santo André, um bebedouro para animais. Ali foi um ponto de locação de carroças, charretes e carroções de aluguel. 

Santo André caminhava para a modernidade. Novos bairros surgiram e escolas foram construídas. O espaço de locação de tração animal teve de ceder-se à construção do viaduto e, depois, da estação rodoviária. Quem retrata bem essa época é o professor Luiz Pereira, em seu livro - A Escola Numa Área Metropolitana - (Pioneira Editora, SP, 1967).

Há muito interesse, entre os intelectuais da região, por esse tema - a transição da economia rural para a economia industrial.

NOTA DA MEMÓRIA – Prefeituras chegaram a manter as Cocheiras Municipais, pois o lixo das cidades era coletado por carroças e seus semoventes. 

Em charretes, servidores cruzavam as cidades para entregar, em domicílio, talões de taxas e impostos. Até que o transporte por animais fosse proibido e eliminado.

Professor José Amilton de Souza, em sua tese de doutorado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2003), fala de uma nova paisagem: “Catadores/Carrinheiros (as), imagens e diálogos com os territórios cotidianos da cidade de Santo André”. 

O professor Amilton descreve seres humanos puxando carroças com o lixo da cidade.

De um artigo do professor Amilton, em conclusão: 

1 - Os caminhos percorridos todos os dias não são apenas estratégias de sobrevivência, mas ganham sentido na medida em que os catadores(as) acabam sendo reconhecidos pela função de limpar a cidade e gerar renda para seu próprio sustento. 

2 - Neste sentido, os catadores(as) vivem em um espaço de disputa e tensão gerado pelo controle dessas matérias-primas descartadas pela sociedade de consumo.

Crédito da foto 1 – Acervo: Vangelista Bazani (em memória)

O BEBEDOURO QUE TAKARA CITOU. Obra do prefeito Alfredo Maluf de 1947: na estação de Santo André, cenário para registros familiares

DIÁRIO HÁ 30 ANOS

Sábado, 7 de agosto de 1993 – ano 36, edição 8459

COMUNICAÇÕES – Celular é testado no Grande ABC.

ADEUS – A ex-prefeita de São Bernardo, Tereza Delta, faleceu ontem (6-8-1993) aos 73 anos.

CULTURA & LAZER – Trinta grupos de jovens negros transformaram a música rap em febre na periferia de Diadema.

RELIGIOSIDADE – A Paróquia Joana D’Arc, em Santo André, realiza hoje (7-8-1993) missa animada por duplas sertanejas e berrantes.

Rádio Memória

Recuperação de uma entrevista feita pelo radialista Antonio Aguillar com o casal Roberto Carlos e Nice, ainda noivos.

Outra relíquia: o programa “Teatro do Terror”, pela Rádio Nacional do Rio de Janeiro, apresentado por Almirante.

Produção e apresentação: Celso Zappa. Zummm FM (87,5 MhZ – www.zummmfm.com.br). Hoje, às 22h.

EM 7 DE AGOSTO DE...

1953 - Inaugurada a feira livre de Paranapiacaba.

MUNICÍPIOS PAULISTAS

Hoje é o aniversário de Cipotânea (MG), Conceição do Tocantins (TO), Feliz Deserto (AL), Kaloré (PR), Laranjeiras (SE), Painel (SC) e Passo Fundo (RS). 

São Caetano

7 de agosto

Padroeiro da cidade de São Caetano “do Sul”, desde os tempos da Fazenda São Caetano, dos monges beneditinos (primeira metade do século XVIII).

Na foto, uma procissão com a imagem de São Caetano na década de 1930, capa do nª 62 da revista Raízes, dezembro de 2020.

Divulgação: Paula Fiorotti, editora de Raízes




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