EUA, China, Índia e alguns países da Europa também foram incluídos em uma lista de 30 convidados
A Arábia Saudita anunciou nesta segunda-feira, 31, que será anfitriã de uma rodada de negociação de paz sobre a guerra na Ucrânia na cidade de Jeddah, no fim de semana. O Brasil foi convidado, segundo confirmou uma fonte do Ministério das Relações Exteriores ao Estadão.
De acordo com o New York Times, citando três diplomatas sauditas, EUA, China, Índia e alguns países da Europa também foram incluídos em uma lista de 30 convidados, embora não tenha ficado claro quem compareceria ao encontro.
O certo é que a Rússia não parece que estará entre os presentes. Ontem, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse que Moscou acompanharia de perto as reuniões, mas ainda não sabia os objetivos do encontro.
O Itamaraty pretende enviar um representante às negociações, mas ainda não há detalhes de quem deve compor a delegação. O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, tem agenda na região Norte, no fim de semana, e participará da Cúpula da Amazônia, nos dias 8 e 9.
Casa Branca
Um alto funcionário do governo americano disse à agência Associated Press que um representante do presidente dos EUA, Joe Biden, também deve comparecer ao evento, possivelmente o conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan.
Matthew Miller, porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, disse ontem que a Casa Branca apoia as negociações na Arábia Saudita. De acordo com ele, é importante para os países conversarem diretamente com a Ucrânia sobre a guerra e ouvirem sua posição sobre possíveis termos de paz. "Há muito tempo estamos dizendo que é fundamental que a Ucrânia esteja no à frente de qualquer resolução diplomática para a guerra", disse Miller.
A primeira notícia da reunião foi dada no domingo, quando o chefe do gabinete presidencial da Ucrânia, Andrii Yermak, disse que negociações para implementar o plano de paz aconteceriam na Arábia Saudita, com a presença de líderes globais em segurança e conselheiros políticos.
O plano de dez pontos elaborado pela Ucrânia prevê a responsabilização da Rússia por atrocidades da guerra, além de pedir que Moscou se renda em todos os territórios ocupados e pague pelos danos causados. O Kremlin já rejeitou propostas semelhantes.
Poder global
O governo saudita não se pronunciou sobre o encontro. A reunião é mais um exemplo dos esforços do príncipe herdeiro, Mohamed Bin Salman, de se posicionar como um líder global com influência além do Oriente Médio e conquistar um papel de mediador para a Arábia Saudita.
Em maio, o príncipe convidou o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, para um encontro de países árabes. Na ocasião, o presidente ucraniano destacou a relutância de governos do Oriente Médio em tomar partido na guerra e pediu apoio contra a Rússia.
Assim como muitos países do Oriente Médio, a Arábia Saudita mantém laços firmes com Moscou, que coordena os preços do petróleo com o reino, um aliado-chave da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep+). (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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