Envolvidos nos ataques ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes no aeroporto internacional de Roma, o empresário Roberto Mantovani Filho e sua mulher Andreia Munarão prestam depoimento à Polícia Federal nesta terça-feira, 18. Os dois e o corretor de imóveis Alex Zanatta Bignotto foram identificados pela Polícia Federal e responderão a inquérito.
O depoimento está marcado para ocorrer na cidade paulista de Piracicaba. Roberto Mantovani, de 71 anos, teria insultado o ministro do STF e também presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Alexandre de Moraes. Andreia também teria proferido ataques verbais ao magistrado.
A PF espera receber imagens gravadas pelo circuito interno de câmeras do aeroporto de Roma para ajudar a esclarecer o caso. As agressões a Moraes foram condenadas pelo governo e também por autoridades do Judiciário.
Ao Estadão, Mantovani disse no domingo, 16, que a família foi abordada pela Polícia Federal às 5h daquele dia quando chegou ao Brasil em um voo da Itália. "Nunca imaginei que eu ia passar por isso nessa idade, já aposentado", disse. "Vamos aguardar as próximas etapas. Não tenho nada contra a pessoa dele. Não sou ligado à política, não sou ligado a nada."
Moraes foi atacado pelos três brasileiros por volta das 18h45 de sexta-feira, 14, no horário local (13h45 em Brasília). A mulher xingou o ministro de "bandido, comunista e comprado". Mantovani, segundo a PF, reforçou os xingamentos e teria agredido fisicamente o filho do ministro. Zanatta se juntou aos dois com palavras de baixo calão. As informações foram confirmadas por interlocutores da PF e do Ministério da Justiça.
Em 2020, o empresário Mantovani destinou R$ 19 mil a campanhas eleitorais e ao PSD de Santa Bárbara D'Oeste. O empresário doou R$ 4 mil para a campanha eleitoral de José Antonio Ferreira, que foi candidato à prefeitura de Santa Bárbara D'Oeste pelo PSD. O candidato não foi eleito. Mantovani transferiu R$ 11 mil à direção do PSD na cidade.
Moraes estava acompanhado de seus familiares no aeroporto. O ministro retornava da Universidade de Siena, onde realizou uma palestra no Fórum Internacional de Direito. Os três brasileiros se tornaram alvos de um inquérito da PF, mas não chegaram a ser presos. O ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), ligou para Moraes e se solidarizou com a violência sofrida pelo magistrado.
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