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Cabot quer resíduo aromático da Recap
Roney Domingos
Do Diário do Grande ABC
16/01/2001 | 00:21
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   A Cabot, de Mauá, aguarda o resultados dos testes com os resíduos aromáticos produzidos pela Refinaria de Capuava (Recap) da Petrobrás para definir se continua comprando essa matéria-prima das refinarias de Cubatão e Paulínia. Para que a mudança de fornecedor ocorra, os produtos têm de estar de acordo com as especificações exigidas. Segundo o superintendente de produção da Cabot, Valmir Sant’anna, a compra a partir de uma refinaria mais próxima vai permitir o transporte dos resíduos aromáticos por dutos, com vantagens em qualidade, segurança ambiental e redução de custos. “Esperamos consumir tudo o que necessitar da Recap eliminando o transporte por caminhão vindo de Paulínia e Cubatão.”

A Cabot compra resíduos aromáticos das refinarias da Petrobrás e da Petroquímica União. Resíduos aromáticos são subprodutos da divisão da nafta utilizados na fabricação de negro de fumo – uma das principais matérias-primas aplicadas à produção de borrachas e pneus. O negro de fumo corresponde a 25% do peso de produtos de borracha sintética.

Atualmente, a empresa consome 140 mil toneladas de resíduos aromáticos por ano para produção de aproximadamente 70 mil toneladas de negro de fumo. A PqU responde por 35% do fornecimento da matéria-prima e o restante é fornecido pela Petrobrás. Sant’anna explicou que a Recap vai centralizar o fornecimento de resíduos aromáticos à Cabot, mas a empresa vai continuar comprando a parcela da PqU.

A próxima fase de investimento da Cabot está em gestação. A empresa inicia, em março, o detalhamento do projeto de construção de sua terceira unidade, com equipamentos importados da Europa e Estados Unidos orçados em US$ 30 milhões e previsão de partida em 2002. A meta é fazer a produção ultrapassar 100 mil toneladas/ano para garantir suprimento ao mercado, que no ano passado cresceu 6,6% e em 2001 deverá manter-se acima da taxa do Produto Interno Bruto (PIB), prevista em 5%.

A Cabot tem um terço do mercado nacional de negro de fumo e planeja manter sua posição ou ampliá-la de forma gradativa. A empresa iniciou a produção em Mauá em 1976, com capacidade para produzir 25 mil toneladas/ano. Em 1984, constriu a segunda unidade e passou a produzir 55 mil toneladas/ano. Com investimentos de US$ 6 milhões em 1988, elevou a capacidade para 70 mil toneladas anuais.

Sant’anna acrescentou que a Cabot pode comprar resíduos aromáticos também dos pólos petroquímicos de Camaçari, na Bahia, e de Triunfo, no Rio Grande do Sul, mas o custo de transporte não compensa. A empresa aguarda o projeto de segunda expansão da PqU para obter maior quantidade de resíduos a partir da nafta. Para Sant’anna, a elevação da oferta de nafta para a segunda ampliação da PqU ainda é uma incógnita. A primeira ampliação não envolve nafta, apenas eteno a partir de gás de refinaria. A PqU terá mais 130 mil toneladas/ano do insumo direcionados para a produção de polietileno.




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