Política Titulo
Gilson culpa Zé Augusto por precatórios
Elaine Granconato
Do Diário do Grande ABC
23/01/2009 | 07:00
Compartilhar notícia


Primeiro prefeito petista do Brasil entre 1983 e 1988 por Diadema, Gilson Menezes (PSC), atual vice de Mário Reali (PT), empurrou a culpa do não-pagamento dos precatórios (dívidas judiciais) - que tiveram início durante sua primeira gestão - para seu sucessor e desafeto, José Augusto da Silva Ramos (PSDB), que comandou a cidade pelo PT.

Gilson foi responsável por cerca de 80% das desapropriações, quando administrou pela primeira vez Diadema. A dívida de precatórios atualmente, segundo a Prefeitura, gira em torno de R$ 190 milhões.

Os últimos sequestros de receita - que totalizaram R$ 10,1 milhões, em quatro parcelas - sofridos pela administração Mário Reali, referem-se à desapropriação no Jardim União, feita por Gilson. "Eu desapropriei aquela área, assim como outras propriedades em vários bairros", ressaltou o ex-prefeito pelo PT.

Gilson ressaltou que, antes da Constituição Federal de 1988, a desapropriação não tinha normas gerais para controle da urbanização desordenada. "A Prefeitura desapropriava e depois se discutia na Justiça", afirmou, ao acrescentar que não foi ele quem fez as dívidas de precatórios.

"Eu paguei todos os precatórios na minha primeira gestão, ainda em primeira instância na Justiça, que comprometeram 32% da receita do município. Por isso, não fui eu que fiz a dívida, mas sim quem me sucedeu", afirmou Gilson, sem citar o nome do ex-petista José Augusto, hoje deputado estadual pelo PSDB.

Procurado para comentar as acusações, a assessoria de imprensa de José Augusto informou que o deputado está em viagem de férias.

Intervenção - Em 1995, já na primeira administração de José de Filippi Júnior (PT), o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo decretou intervenção no município devido às dívidas de desapropriações feitas na gestão de Gilson Menezes pelo PT.

Gilson, que também comandou a cidade entre 1997 e 2000 pelo PSB, ressaltou a "indústria de precatórios" que existe hoje em vários municípios do País. "Não existe nada mais corrrigido com juros e correções monetárias no Brasil do que precatórios", disse o vice-prefeito.

Sobre a atual situação financeira de Diadema por conta dos seguidos sequestros judiciais, Gilson disse que pretende "rezar" para que fique só nisso.

Alimentares - Além de desapropriações, o município sofre com precatórios de natureza alimentícia (dívidas trabalhistas). "Há 20 anos que busco na Justiça os meus direitos. São dívidas que eles (petistas) mesmos fizeram", afirmou um ex-servidor aposentado da Prefeitura de Diadema e que luta desde 1988 por um precatório alimentar.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;