O ex-líder do governo no Senado afirmou que três razões o levaram a renunciar. A primeira delas, segundo ele, foi o pré-julgamento no relatório do senador Roberto Saturnino Braga (PSB-RJ), que recomendou abertura de processo de cassação. “Fui condenado a uma pena descabida, máxima, cruel e inapelável”, afirmou. Ele condenou a aprovação do relatório, chamando-a de “jogo de cartas marcadas”. “O processo de linchamento é explícito e covarde, porque é de cartas marcadas. Os lances desse jogo são viciados por que são de interesses pessoais e de hipocrisia e mentira, o que foi mostrado ontem”, criticou.
Arruda repetiu argumentos já usados em sua defesa durante o pronunciamento. “Não roubei, não matei, não desviei dinheiro público, mas cometi um grande erro, não percebi a extensão do problema, tentei negar e estou pagando um preço muito alto por isso”, disse.
O ex-senador atribuiu sua decisão também ao fato de que Brasília ficaria sem um representante no Senado, caso a abertura do processo for confirmada na Mesa do Senado, e ao “respeito à capital federal e ao país”.
Durante o discurso, Arruda não dirigiu ataques ao governo, nem ao PSDB, que o expulsou do partido após a confirmação de seu envolvimento no episódio da quebra do sigilo dos votos. Ele foi aplaudido assim que ocupou a tribuna do Senado e depois de anunciar sua renúncia.
Com a renúncia, o ex-senador escapa da possibilidade de perder os direitos políticos por oito anos, o que aconteceria se a cassação de seu mandato fosse aprovada pelo plenário do Senado. Assim, ele não poderia concorrer ao cargo de deputado federal em Brasília a que aspira para 2002.
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