As 12 ruas do bairro ecológico Fei Mizuno, em São Bernardo, têm em média dois buracos cada. A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) fez intervenções no decorrer do último ano, porém, não reparou o asfalto. A moradora Suely dos Santos, 29 anos, diz ter feito cerca de 30 reclamações por telefone aos serviços de atendimento da Prefeitura e da Sabesp. Segundo ela, a Sabesp e a Prefeitura fazem um jogo de empurra e não resolvem o problema.

“É sempre assim. A Sabesp faz um serviço na rede de esgoto e abre buracos na rua. Como o asfalto ecológico é diferente do convencional, os funcionários dizem que não podem refazê-lo”, diz o morador Almir Dias de Castro.

O que Castro diz é verdade. De fato, a Sabesp não repara asfalto ecológico. A responsabilidade é da autarquia, mas o serviço na cidade é da Prefeitura. Município e Estado firmaram convênio para a Prefeitura continuar fazendo os reparos que já realizava antes de o DAE (Departamento de Água e Esgoto) ser vendido para a Sabesp. O convênio entre as partes prevê que os trabalhos sejam feitos por funcionários municipais, com reembolso da Sabesp. Trabalho que os moradores do Fei Mizuno dizem nunca terem presenciado no bairro.

Apesar de os moradores dizerem que o problema foi crônico durante todo 2004, a Prefeitura assume a deficiência apenas no fim do ano passado. Segundo a assessoria de imprensa, o contrato com a autarquia venceu no fim do ano e será renovado com o início das atividades da Secretaria Municipal de Obras. O secretário da pasta anunciado pelo prefeito William Dib é o mesmo do governo passado: Otávio Manente. Na terça-feira, a assessoria de imprensa da Sabesp foi procurada, mas não deu retorno até o período da noite.

Crônico – Em março do ano passado, o problema já era evidente nos bairros ecológicos da cidade. Parque das Flores, Jardim do Lago, Jardim Las Palmas, Jardim Cláudia e Jardim Ipanema eram alguns dos 50 bairros ecológicos de São Bernardo onde a Sabesp havia feito intervenções e deixado os buracos abertos.

São enormes crateras, que no Fei Mizuno servem de pista de skate improvisadas aos adolescentes. Em frente da casa do morador Almir de Castro, na rua dos Juazeiros, a cratera mede cerca de 3 m de extensão – praticamente toda a largura da faixa da direita da rua de mão dupla. “Igual a esse tem aos montes pelo bairro. Os motoristas são obrigados a desviar das crateras e dirigem na contramão”, diz Castro.

O problema descrito por Almir também ocorre na rua Jaracatiá. Ali, as crateras servem de half para adolescentes tentarem novas manobras com skate.