O secretário de Esportes do Rio de Janeiro, Francisco de Carvalho, o Chiquinho da Mangueira, é citado em relatórios de 1998 da Inteligência das Forças Armadas como tendo ligação com o tráfico de drogas. Em maio deste ano, Chiquinho da Mangueira, ex-diretor da Superintendência da Desportos do Rio de Janeiro (Suderj) na gestão Anthony Garotinho, foi acusado de pedir a redução do número de ações da Polícia Militar no Morro da Mangueira para atender a um pedido dos traficantes da região. A denúncia foi feita pelo coronel da PM Erir Ribeiro da Costa Filho durante cerimônia de transmissão do comando do 4º Batalhão da Polícia Militar.

De acordo com reportagem da edição deste domingo do jornal O Globo, a Marinha e depois o Exército investigavam a ligação das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) com o crime organizado no Rio quando descobriram o envolvimento de Chiquinho da Mangueira com com o traficante Francisco Paulo Testas Monteiro, o Tuchinha, hoje preso em Bangu III, de onde comandaria o tráfico de drogas no Morro da Mangueira.

O caso foi passado à Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança (SSI), mas não foi levado adiante, assim como as denúncias do coronel Costa Filho. Chiquinho da Mangueira nega qualquer envolvimento com o tráfico. Garotinho disse ao jornal que quem deve ser questionado sobre o rumo das investigações é Josias Quintal, ex-secretário da Segurança do governo fluminense e hoje deputado federal. Tanto Quintal quanto os demais responsáveis pelos vários setores por onde passaram os relatórios reservados negaram ter tido acesso à informação.