O novo presidente da Airbus, Louis Gallois, afirmou nesta terça-feira que não há mudança imediata prevista para as fábricas do construtor aeronáutico, desmentindo também informações sobre um eventual corte de 10 mil empregos.
Nomeado na noite de segunda-feira após a renúncia de Christian Streiff, Gallois conversou separadamente com os representantes dos sindicatos e da diretoria da companhia e também com diversas personalidades políticas regionais.
"Ele nos tranqüilizou dizendo que não havia nada hoje que poderia nos fazer pensar que a Airbus ia fechar as portas de qualquer uma de suas usinas", declarou à imprensa o representante sindical Julien Talavan (FO, majoritário), ao término da reunião.
O jornal "La Tribune" anunciou nesta terça-feira em sua edição on-line que "segundo uma fonte próxima ao construtor aeronáutico, o plano prevê quase 10.mil supressões de empregos sem demissão", para um grupo que conta com 57 mil funcionários. O jornal não mencionou, porém, qualquer confirmação da diretoria ou dos sindicatos.
Segundo Talavan, Gallois "é incapaz de nos dar um número" sobre o corte de empregos que marcarão o plano de reestruturação da Airbus.
Gallois "tentou nos tranqüilizar, mas a CGT (Confederação Geral dos Trabalhadores) não está nada tranqüila", declarou, por sua vez, Alain Milhau, um representante da entidade que considera que o novo presidente "está avaliando o plano de Christian Streiff (seu predecessor) e vai aplicá-lo escrupulosamente".
O prefeito de Toulouse, Jean-Luc Moudenc, se declarou "tranqüilizado" quanto à preservação dos empregos em sua cidade, após uma reunião com Gallois e Streiff no período da manhã.
"A diretoria da Airbus deseja aplicar o plano de reestruturação da empresa pela via do diálogo e do consenso com os sindicatos, mas também informando as autoridades locais", explicou o prefeito.
"Esta reunião me confirmou que Toulouse não está ameaçada, que o desenvolvimento futuro e a importância dos aviões, seja o A380 ou o A350, não estão ameaçados", acrescentou Moudenc.
O plano de reestruturação da Airbus prevê reduções de custos de dois bilhões de euros por ano a partir de 2010, supressões de empregos e uma ampla reorganização industrial envolvendo uma redistribuição dos trabalhos entre unidades de produção européias.
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