No vídeo, prefeito de São Bernardo diz , em tom de crítica, que governador poderia tirar policiais militares das ruas para ficar nas portas das unidades
O prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), atacou o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o responsabilizou pela falta de segurança nas escolas estaduais, levando como base o ataque ocorrido na semana retrasada em uma unidade de ensino na Zona Oeste da Capital, que resultou na morte de uma professora, golpeada com faca por um estudante.
“E as escolas estaduais? Eu não empurro problema para ninguém, mas o governo do Estado tem um efetivo que deve passar de 70 mil policiais militares. E o Estado tem cerca de 5.500 escolas. É uma decisão do governador e não minha. Ele poderia tirar os policiais militares das ruas e pôr nas escolas, como nós fizemos em São Bernardo”, disse Orlando, durante live realizada na noite de terça-feira (11) e transmitida em suas redes sociais.
No momento das críticas à administração Tarcísio de Freitas, Orlando chamou ao seu lado o atual secretário municipal de Segurança Urbana, Carlos Alberto dos Santos, que é policial militar na reserva, e que ficou visivelmente desconfortável ao ver o prefeito criticar a decisão do governador. O chefe do Executivo ainda completou: “Alertei o secretário adjunto de Segurança Pública do Estado (Osvaldo Nico Gonçalves). Tenho que cuidar das atribuições da Prefeitura.”
Ainda na live, que teve duração de 30 minutos e 26 segundos, o prefeito de São Bernardo tentou justificar o não cumprimento de promessa feita na quinta-feira (6) de que, a partir de segunda-feira (10), todas as escolas municipais passariam a contar com a presença física de um garda municipal durante todo o funcionamento da unidade escolar, e que a medida valeria por tempo indeterminado. Mas não foi o que aconteceu. “Temos ainda adaptação que está sendo feita. Temos em São Bernardo 218 Emebs e creches conveniadas. Hoje conseguimos ter GCMs em 199. Em 19 não conseguimos ter. Os guardas do plantão não são suficientes”, afirmou.
Na edição de quarta-feira (12) do Diário, reportagem mostrou que, segundo o vereador Julinho Fuzari (PSC), não há guardas em todas as escolas. O parlamentar visitou 60 unidades e constatou que, em cada 10, há a presença de um GCM em apenas cinco. Para o vereador, a medida adotada por Orlando Morando é apenas “marketing”.
Durante a campanha eleitoral, Orlando tentou colar sua imagem ao então candidato a governador Tarcísio e ao então presidente Jair Bolsonaro (PL), que disputava a reeleição. O prefeito pulou rápido do barco do então governador Rodrigo Garcia (PSDB), que não chegou ao segundo turno. No meio político, Orlando é visto como um político que trai seus aliados, como ocorreu com os ex-governadores João Doria e Geraldo Alckmin (atual vice-presidente da República).
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