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Artigo: Mais informação, menos preconceito
Julinho Fuzari
02/04/2023 | 06:03
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Você sabia que no ano de 2010, uma em cada 110 crianças que nasciam era diagnosticada com espectro do autismo? Dados estatísticos recentemente divulgados pelos órgãos internacionais, em 2023, apontam que a prevalência estimada hoje é de um caso para cada 36 nascimentos. No Brasil, estima-se que haja, aproximadamente, dois milhões de pessoas com TEA (Transtorno do Espectro do Autismo). Já não era sem tempo, que em meio à um mundo quase que totalmente globalizado e digital, se instituísse o Dia Mundial de Conscientização Sobre o Autismo, que celebramos hoje.

A data, estabelecida em 2007 pela ONU (Organização das Nações Unidas), tem por objetivo difundir informações para a população sobre o autismo, que é uma condição de saúde caracterizada por déficit na comunicação social (socialização e comunicação verbal e não verbal) e comportamental (interesse restrito ou hiperfoco e movimentos repetitivos). Não há só um, mas muitos subtipos do transtorno. É tão abrangente que se usa o termo “espectro”, pelos vários níveis de suporte necessários ao indivíduo. As pessoas afetadas pelos TEA’s frequentemente apresentam epilepsia, depressão, ansiedade e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. O nível intelectual varia muito de um caso para outro, variando de deterioração profunda a casos com altas habilidades cognitivas.

O principal objetivo de todas as campanhas realizadas desde então, incluindo a deste ano – Mais informação, menos preconceito –, é sempre focar em aceitar, apoiar e incluir pessoas autistas e defender seus direitos em toda e qualquer sociedade, com suas peculiaridades sociais, econômicas e culturais. O complexo e contínuo trabalho de conscientização permite cada vez mais que as pessoas autistas reivindiquem sua dignidade e autoestima e se integrem plenamente como membros valiosos de suas famílias e sociedades. Ano após ano, nós constatamos por meio da consolidação de políticas públicas e atualização da legislação vigente, a transformação gradual e positiva para todos os indivíduos de espectro autista e seus familiares, se estendendo à uma comunidade mais ampla da neurodiversidade, que agora parece ser notada pelo mundo em geral.

E não com a sensação de dever cumprido, mas com a certeza de sementes plantadas para um futuro próximo com alguns bons frutos já colhidos, é que somamos nosso trabalho diário em prol da mitigação da discriminação e outros desafios cotidianos que as pessoas autistas enfrentam na sociedade brasileira, pois sabemos que os níveis de conscientização e aceitação variam drasticamente de país para país, e no Brasil – em cada Estado e cidade.

As leis municipais 6.667, de 27 de abril de 2018; 7.079, de 12 de abril de 2022; resolução 58 de 5 de novembro de 2018; e a lei 7.002 de 9 de setembro de 2021 – que institui o uso do cordão de girassol como instrumento auxiliar de orientação e identificação de pessoas com deficiência oculta em São Bernardo –, constituem-se pequenos frutos multiplicadores de ações que promovem diariamente mais informação sobre o TEA e diminuem o preconceito. E estamos certos de que esse é o caminho!

Julinho Fuzari é vereador em São Bernardo pelo PSC. 




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