Setecidades Titulo Dia Mundial da Água
Cidades da região estão entre 50 melhores do Brasil em saneamento

Santo André lidera no Grande ABC, seguida de São Bernardo e Diadema; Mauá caiu cinco posições no levantamento em um ano

Renan Soares
22/03/2023 | 06:10
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Uma das estações de tratamento de esgoto da Sabesp que atende os municípios da região (Foto: Celso Luiz/DGABC)


Atualizada às 12h59

No Dia Mundial da Água, a região tem um bom motivo para comemorar. Dados divulgados pelo Instituto Trata Brasil, em parceria com GO Associados, trazem três cidades da região entre os 50 municípios com melhor saneamento básico do País. Santo André (27°), Diadema (36°) e São Bernardo (43°) aparecem em destaque no Ranking do Saneamento, estudo que analisa indicadores dos 100 maiores municípios do Brasil por meio do SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento), classificando-os de acordo com o serviço prestado e sua eficiência em diversos índices.

Mauá não figurou entre as cinquenta melhores, pois caiu cinco posições em relação ao levantamento de 2022, saindo da 48ª para a 53ª. São Bernardo subiu seis posições no ranking em relação ao último ano, número similar a Santo André, que cresceu cinco colocações, e Diadema, com variação positiva em quatro. O estudo foi elaborado com dados do SNIS para o ano de 2021, registro mais recente, e leva em conta índices como coleta e tratamento de esgoto, investimentos totais, e atendimento urbano e total de água. São José do Rio Preto, no Interior, lidera a lista.

O Grande ABC se destacou principalmente no ITA (Indicador de Atendimento Total da Água), estudo que mede o atendimento no município. O indicador calcula a porcentagem da população total do município que é atendida com abastecimento de água. Santo André, São Bernardo e Diadema apresentam 100% de alcance neste indicador, já Mauá marcou 73,3%. Entre as cidades analisadas para a produção do ranking foi possível observar que a maioria dos municípios, 90 dos 100, possui atendimento total maior que 80%.

Outro levantamento importante em que o Grande ABC apresentou bons resultados foi o IUA (Índice de Atendimento Urbano), semelhante ao item anterior, o indicador mostra a porcentagem da população urbana com abastecimento. Neste ponto, os municípios da região registraram as mesmas métricas do ITA. Na amostra total, 51 cidades possuem 100% de atendimento urbano de água, ou seja, contam com serviços universalizados. Com exceção de Mauá, que tem o serviço prestado pela BRK, as cidades da região têm a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) como prestadora.

Apesar dos bons resultados, Pedro Silva Scazufca, sócio-executivo da GO Associados, alerta para a desigualdade entre os melhores colocados e os últimos da lista. “Nesta edição do Ranking de Saneamento, notamos mais uma vez uma estagnação entre os municípios nas últimas colocações. É particularmente ilustrativo observar o indicador de investimento per capita médio entre 2017 e 2021: praticamente nenhum município dentre os 20 piores investiu mais do que R$ 100 por habitante. Isso é preocupante ao se levar em consideração que, segundo o Plansab, o patamar necessário para se atingir a universalização é superior ao dobro deste valor, isto é, R$203,51”, aponta Scazufca.

De acordo com o relatório final, dos 100 municípios analisados, apenas 35 possuem 100% de serviços universalizados em atendimento à água. Para Fernando Silva, empresário e CEO da PWTech, startup de purificação de água contaminada, o documento ressalta qualidades, mas também aponta medidas a serem tomadas. “A expansão de redes de coleta e tratamento de esgoto, além do fornecimento de água potável para a população, está diretamente relacionada aos investimentos do setor público. Por exemplo, no estudo divulgado pelo Instituto Trata Brasil, entre os 20 piores, a coleta média de esgoto é de 29,25%, muito abaixo da meta de 90% até 2033. Isso é um reflexo da falta de políticas públicas bem desenvolvidas no setor, o que prejudica o bem-estar e a qualidade de vida da população concentrada nessas regiões”, afirma Fernanda Silva.

INVESTIMENTO

Dois terços dos municípios e seus prestadores de serviço de abastecimento investem menos de 30% no valor arrecadado em saneamento, conforme mostra o ITT (Indicador de Investimentos Totais por Arrecadação). Dos 100 municípios, apenas nove investem mais de 60% do montante arrecadado, entre elas, Santo André. A cidade, que tem o saneamento conduzido pela Sabesp, lidera o ranking como a cidade que mais investe, com 97,45%. O valor é a média da porcentagem investida nos últimos cinco anos por quem presta o serviço no local.

Ao Diário, a Sabesp reafirmou os investimentos feitos desde 2021, como obras de interligação, que beneficiaram os moradores de São Bernardo e Diadema, além da execução de um programa integrado de melhoria ambiental na área de Mananciais da Represa Billings. Em Santo André, onde apresentou melhores resultados, a companhia afirma que investiu quase R$ 250 milhões em obras para melhoria na operação do abastecimento de água e redução de perdas. Já a BRK vem atuando em serviços de esgoto em Mauá. Em novembro do último ano, a empresa foi premiada pelo próprio Instituto Trata Brasil pelo trabalho feito em Mauá, subindo também os índices apontados no SNIS. 




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