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"Tenho excelente relação com Orlando", afirma vereador Danilo Lima, de São Bernardo

Parlamentar concedeu entrevista ao Diário e falou sobre os desafios do mandato, a relação com o prefeito da cidade e os planos para o futuro

Wilson Moço
22/03/2023 | 06:07
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(Foto: Celso Luiz/DGABC)


Vereador no primeiro mandato e presidente da Câmara de São Bernardo para o biênio 2023-2024, Danilo Lima (PSDB) diz que ainda é prematuro discutir o cenário político do ano que vem, que tem o compromisso de chamar a população para maior participação na vida política da cidade e que pretende implementar medidas voltadas à sustentabilidade do Legislativo. Eleito para comandar a Casa com apoio do bloco governista, o parlamentar afirma que tem “excelente alinhamento com o Executivo (leia-se prefeito Orlando Morando, PSDB), que os vereadores não “aceitam tudo” e que o objetivo é buscar o consenso em torno de propostas e projetos, “para fazer da melhor forma”. Danilo Lima destaca ainda pesquisa com servidores, vereadores e assessores a fim de garantir maior participação na tomada de decisões administrativas.

Primeiro mandato como vereador e já assumiu a presidência da Câmara, a maior da região. Então, como tem sido o trabalho até aqui e quais os desafios que enfrentou nestes quase 90 dias à frente do Legislativo de São Bernardo?
É isso mesmo, como acabou de colocar de forma bem resumida, são os meus dois primeiros anos de mandato, e procurando fazer o meu melhor pela cidade. Tive a grata satisfação de ser eleito presidente em dezembro e praticamente iniciando o terceiro ano de mandato e um novo aprendizado. É trabalho redobrado para dar conta de tudo, e por isso é preciso ter muita disciplina. Sempre procurei ser disciplinado, mas agora tive que dobrar para poder dar conta, porque na verdade são dois gabinetes, o do vereador, porque tenho de continuar prestando um bom trabalho para a população, mas também à essa Câmara, que é uma das maiores da América Latina. Tem sim mais dificuldades, problemas para resolver, mas no final é ganhar mais experiência.

Nestes três meses como presidente da Câmara, que trabalho o senhor conseguiu implementar, e o que pode destacar?
Sempre agradeço aos meus antecessores, acredito que eles fizeram o melhor pela Casa, mas o meu mandato como presidente sempre procuro fazer muito próximo do meu mandato como vereador, de trazer a participação popular mesmo, pois o que mais prezo é a população de São Bernardo mais perto de mim, me passando demandas, me dando sugestões, me criticando se for necessário, e não foi diferente na Câmara. Acredito que nestes três meses a maior conquista, para mim, foi conseguir fazer uma pesquisa, trazer as pessoas de dentro desta Casa para próximo da presidência. Apesentei perguntas sobre o que achavam melhor na Casa, o que teria de melhorar, como se sentiam trabalhar aqui. E envolveu desde quem ajuda na limpeza, cozinha, na segurança, e até os vereadores e assessores. Isso nos dá um rumo para saber qual caminho seguir. Posso dar uma ideia, uma sugestão, mas quem sabe o que precisa são as pessoas que fazem o trabalho do dia a dia.

E nessa pesquisa, o que o pessoal colocou como destaque?
O fato mais relevante é que as pessoas apontaram a falta de pedir a opinião delas sobre o dia a dia da Câmara e do trabalho como a principal falha. A maioria dos que responderam disse que não imaginavam que um dia pudessem participar, de falar o que acham que está bom e o que está ruim, e isso continua aberto. Eles podem dar sugestões, diariamente, inclusive sobre algum problema pontual que acontece em algum setor. Isso foi muito bom. E devemos soltar um planejamento em breve, sobre o que pretendo fazer nestes dois anos de mandato à frente da Câmara.

Em termos de sugestões, o senhor tem alguma que pode destacar desta pesquisa? E poderia adiantar alguma coisa do que seria esse planejamento?
Sobre o planejamento, com certeza estará incluída a sustentabilidade, diminuição do uso de recursos, de materiais, como copo plástico, papel, trazer cada vez mais a informatização para dentro da Casa. Temos uma Casa informatizada, mas que caminhemos para um modelo que fique aquela Câmara sem papel, e quanto menos material a gente conseguir usar, melhor, e o que puder ser reciclado, reciclar. Fazer realmente a casa do povo, de portas abertas, porque nós falamos e sabemos que aqui é a casa do povo, que está aberta ao povo, mas quem mais precisa saber disso muitas vezes não sabe que a Câmara está aberta todos os dias, que dia e horário são as sessões, que ele pode visitar os espaços, saber como funciona, saber de fato o que é a função do vereador.

Como é o relacionamento do presidente da Câmara com o chefe do Executivo (prefeito Orlando Morando)?
É muito bom também. Temos um relacionamento de muito respeito. A frase é de praxe, mas acho que tem de ser dita, porque acho a mais correta e tem de ser respeitada, pois os poderes são independentes, e tenho certeza de que nós fazemos dessa forma. Também não posso negar que temos um excelente alinhamento com o Executivo, não que aceitamos tudo, mas que discutimos tudo e tentamos chegar num consenso para fazer da melhor forma.

Uma situação que gera polêmica é o fato de muitas vezes chegarem projetos do Executivo no dia da sessão e serem votados logo em seguida. Parlamentares reclamam que não há tempo para discutir as propostas, que são votadas e aprovadas a toque de caixa.
Um ou outro acaba reclamando, mas não vejo dessa forma. Entendo que temos o tempo de discussão, até mesmo porque o projeto é entregue de forma impressa para o vereador, coisa que nós queremos mudar também, que seja entregue também de forma digital, porque também fica mais fácil porque o pessoal pode ver pelo celular, pelo tablet ou compuador, enfim. Hoje existe essa opção também, mas nós fazemos impresso a todos os vereadores, e eles têm a opção de ler, entender e, se não entenderem, tirar dúvidas etc. Mas os vereadores têm o direito de dizer ‘não entendi e quero tentar fazer em outro dia’. Mas como a maior parte entende e se mostra favorável à aprovação. acho que é um modelo que tem de continuar.

O que o senhor planeja para 2024, quando haverá eleição. Vai para uma releição ou tem outros projetos?
Essa é uma pergunta que muitos fazem, e ainda há pouco tempo parei para pensar. Talvez pelo acúmulo do cargo da presidência, estou pensando muito no dia a dia mesmo, em fazer, focando em melhorar, inclusive eu mesmo como servidor e como pessoa, porque assim sei que melhoro meu trabalho à população. Neste 2023 vou continuar focado, e se tiver de continuar de domingo a domingo, não tem problema. Mas acabou 2023, iniciamos 2024 e aí sim fazer um grande balanço de tudo que passei como vereador e determinar um caminho, mas não deixar de trabalhar, é claro, porque o mandato só acaba no fim de 2024. Acho que a data correta para isso seria o início de 2024, aí sim definir se tenho reeleição ou não, se vou para cá ou para lá.

Em relação à disputa pela Prefeitura, como o senhor vê o cenário no momento, sobretudo quanto aos provavéis adversários do grupo governista?
Vejo alguma coisa pela imprensa. Na verdade não falei com nenhum deles pessoalmente. O único que falo com mais frequência é o Marcelo (Lima, deputado federal e seu primo), mas o vejo com essa mesma ideia, muito focado no mandato, querendo fazer o melhor possível como deputado federal para ajudar a região e o Estado. Ele está com a cabeça voltada para o mandato. Os outros não tenho tanta proximidade, não sei se já se movimentaram. Não sei mesmo se teve alguma conversa nesse sentido. Ouço alguma coisa ou vejo na imprensa, mas ainda não parei para fazer uma análise sobre o que pode ser o cenário do ano que vem.

E em relação ao grupo governista, ou ao grupo em torno do Marcelo, há entendimento de que ele seria o nome para 2024? Afinal, foi vice de Orlando Morando por seis anos e tem o mandato de deputado federal.
Não posso negar que ficou clara a qualidade dele (Marcelo), mas como falei, e até em conversas com ele, fala ‘não quero nem pensar nisso, mas em fazer um bom mandato e ser reconhecido como um bom deputado federal, que o cidadão que me deu seu voto tenha orgulho, e quem não votou tenha orgulho de ter um deputado atuante como quero ser’. Segundo ele, ainda não parou para pensar também nessa hipótese (ser candidato a prefeito). É claro que as coisas vão acontecendo e aí vai se formando um cenário, mas acho que ainda é muito precoce para isso.

Para finalizar, qual é a principal meta a ser alcançada como vereador?
Estou sempre à disposição, mas não abro mão de cumprir meu maior compromisso. Não fiz nenhuma promessa eleitoral, mas assumi um compromisso, que se chama participação popular, de realmente chamar as pessoas a participarem do meu mandato e da vida pública e política, pois quanto mais pessoas souberem o que é a política, o poder que ela tem de transformação, quanto mais elas participarem, mais poderemos fazer o bem pelo povo.  




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