Pesquisa mostra que inadimplência cresceu em fevereiro e que os bancos concentram 76% das dívidas em atraso nos sete municípios
No Grande ABC, aproximadamente 40% dos moradores estão com contas atrasadas. A estimativa é da CDL (Câmara dos Dirigentes Lojistas) de São Caetano. O número é semelhante ao que ocorre no resto do País. A CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) divulgou pesquisa que mostra que 40,28% dos brasileiros estão inadimplentes.
Levantamento feito pela CDL em parceria com o SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito), mostra que em fevereiro a inadimplência subiu 10,81% em relação ao mesmo mês do ano passado. Na média, cada consumidor negativado na região devia R$ 5.050,81 (soma de todas as dívidas) no segundo mês do ano. Os dados ainda mostram que 25,81% tinham dívidas de valor até R$ 500 e para 38,36% as dívidas chegavam à casa de R$ 1.000.
O tempo médio de atraso dos devedores negativados residentes no Grande ABC é igual a 25,5 meses, sendo que 33,01% possuem tempo de inadimplência de um a três anos. Na divisão por sexo, são 50,37% mulheres e 49,63% homens. a idade média dos endividados é de 44,9 anos.
Por questões de metodologia, a CDL não levantou o número de inadimplentes na região. Entretanto, o presidente da entidade, Alexandre Damásio Coelho, estimou que 40% da população ativa tem contas atrasadas. Os bancos concentram 75,95% das contas atrasadas no Grande ABC, seguidos por água e luz, com 9,52%. No País, segundo a CNDL, existiam em fevereiro 65,45 milhões de pessoas com contas atrasadas, alta de 0,47% em relação a janeiro.
Na comparação com fevereiro de 2022, o volume de inadimplentes cresceu 7,49%, enquanto o número de dívidas em atraso avançou 17,41%. Na passagem de janeiro para fevereiro deste ano, o número de dívidas apresentou alta de 1,32%. “Em um cenário econômico difícil, com taxa de juros e inflação altas, o orçamento das famílias acaba ficando mais apertado e a inadimplência infelizmente é o resultado para muitos consumidores”, alerta o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior.
O número de devedores com participação mais expressiva em fevereiro está na faixa etária de 30 a 39 anos (23,88%), segundo o estudo. São 16,24 milhões de pessoas registradas em cadastro de devedores nesta faixa, o equivalente a 47,57% do total deste grupo etário. No recorte de gênero, a inadimplência é de 50,97% entre as mulheres e de 49,03% entre os homens. “Nosso indicador aponta que 88% das pessoas negativadas no mês de fevereiro são reincidentes, por isso as políticas públicas visando a diminuição do número de inadimplentes devem ser amplas para terem efetividade”, avalia o especialista em finanças da CNDL Merula Borges.
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