Diante do saldo trágico da temporada de chuvas fortes em Mauá, que já provocaram duas mortes, o prefeito Marcelo Oliveira (PT) acertadamente criou auxílio emergencial a quem, de alguma maneira, sofreu os efeitos dos temporais. Famílias que ficaram desabrigadas vão receber, por até um semestre, ajuda de R$ 500 mensais. É evidente que o benefício, temporário, não soluciona a questão da submoradia na cidade, mas se trata de medida importantíssima e bem-vinda para mitigar as consequências devastadoras dos deslizamentos e das enchentes que voltaram a castigar o município do Grande ABC. Propor programas de desocupação radical de áreas de risco é o próximo passo.
Cortada por rios e córregos e cravejada por morros, Mauá é cidade geograficamente propensa à ocorrência de desastres naturais. A estabilidade de suas encostas e zonas de várzea depende de delicado equilíbrio ambiental, algo que, infelizmente, o déficit histórico de políticas habitacionais comprometeu de maneira acentuada. Com a ocupação desordenada do solo, que resultou na invasão de áreas alagadiças dos cursos d’água e na supressão da vegetação nativa, as tragédias se repetem ano após ano – e continuarão a cobrir o município de luto a cada verão até que algo seja feito para devolver a harmonia perdida. Marcelo Oliveira, pelos sinais que emite, parece estar disposto a encarar o desafio.
Ao assinar o decreto que institui o auxílio emergencial financeiro, o prefeito dá à sociedade resposta rápida e efetiva à calamidade instaurada na cidade pelo aguaceiro do início de ano. Marcelo Oliveira também determinou que equipes da Defesa Civil e do Cras (Centro de Referência de Assistência Social) varram o município atrás de quem vive em situação de risco para poder realizar a imediata remoção de famílias e a interdição das habitações. A partir de então, será preciso garantir reacomodação digna às milhares de famílias. Por isso, será essencial contar com o apoio da Câmara de Vereadores, além dos governos estadual e federal. Mauá precisa desta força-tarefa em prol da moradia digna. E já!
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