O projeto do governo do Estado de contemplar o Grande ABC com o Metrô, via Linha 20-Rosa, deve andar conjuntamente com a implantação do projeto do BRT-ABC, sistema de transporte por meio de ônibus de alta velocidade cujas obras já começaram, por São Bernardo. É importante para a melhoria da mobilidade urbana e o transporte de passageiros que a região possua ambos os modais. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) tem dado mostras, em seus reiterados discursos, de que fará investimentos robustos no segmento, o que enche de esperança os moradores das sete cidades. A sociedade está apreensiva, já que faz algum tempo que o Executivo paulista negligencia o bloco na hora da divisão dos recursos.
Enquanto o Metrô ainda engatinha, o BRT já está com o canteiro de obras instalado na Avenida Aldino Pinotti, em São Bernardo, onde 300 operários estão trabalhando neste momento. E, de acordo com agenda realizada ontem na Câmara da cidade, o projeto aguarda licença ambiental da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) para iniciar a segunda etapa, que corresponde ao trecho que passa pelo Instituto Mauá de Tecnologia, Fundação Santo André e Faculdade de Medicina do ABC, chegando ao Tamanduateí. Eis, portanto, um nó que o governo estadual precisa desatar rapidamente para que o cronograma, que prevê que os ônibus comecem a circular pelo corredor até o fim de 2024, seja cumprido.
É natural que, escaldada com o sepultamento do projeto do Metrô via Linha 18-Bronze pelo então governador João Doria (PSDB), a opinião pública se sobressalte ante o mínimo empecilho no andamento das obras – daí a preocupação causada pelo atraso na obtenção da licença ambiental necessária para o prosseguimento da construção dos corredores de ônibus, a ponto de mobilizar os vereadores são-bernardenses. Natural. A melhoria da mobilidade urbana regional é uma necessidade. E é fato que o tamanho e a importância social e econômica das sete cidades justificam a presença dos dois modais. O Grande ABC quer Metrô, mas também deseja o BRT. Um projeto não deve – e não pode – canibalizar o outro.
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