Ex-vereador de Santo André, Luiz Carlos Pinheiro percorre a pé ruas de seu bairro, o Alzira Franco, para verificar demandas e cobrar reparos à Sabesp
Luiz Carlos Pinheiro, 58 anos, conhecido como Pinheirinho, divide sua rotina entre o comércio de guarda-chuvas – como vendedor ambulante – e o trabalho voluntário de fiscalização de vazamentos de água na região do Alzira Franco, em Santo André. Todos os dias, o morador percorre a pé vias da cidade.
Por semana, Pinheirinho localiza até oito novos vazamentos. As demandas são encaminhadas à Sabesp, que tem causado “canseira” para atender os pedidos. Além de Santo André, o morador também atua em Mauá e Capital. “Faz uns 40 anos que percorro as cidades para identificar os vazamentos. Sempre demorou para virem, mas de dezembro para cá piorou muito”, contou.
A equipe do Diário esteve com o morador nessa terça-feira (14) em uma travessa da Avenida Ayrton Senna da Silva, altura do número 525. Dentro de um imóvel, o que seria um terminal de abastecimento de água da Sabesp está, há mais de dois meses, jorrando água potável, que escorre pela calçada.
A estrutura danificada está situada dentro de um imóvel, segundo os moradores, por erro da concessionária de saneamento. “Isso é um desperdício imenso. A gente faz isso aí (fiscalização voluntária) para que não falte água para nossos filhos no futuro. Eles dão prazo de 24 horas, que não cumprem, quando deveriam atender aos chamados imediatamente. O que está acontecendo é um crime ambiental”, ressaltou Pinheirinho.
Ex-vereador de Santo André (2009-2012), Pinheirinho caminha pelos bairros com um caderno nas mãos, onde registra problemas estruturais – além de vazamentos de água, buracos em vias, quedas de árvore, lâmpadas queimadas, entre outros. Na última sexta-feira (10), o morador, que estampa na camiseta o nome do Movimento Caça Vazamento de Água em Vias Públicas, trouxe ao Diário pasta com as anotações. Foram listadas, entre os casos mais recentes, seis pontos onde a Sabesp, apesar de acionada, não realizou os serviços necessários para evitar o desperdício: Travessa Érica, Rua Águas Belas, Rua Verde Mar, Rua Tumiaru, Rua Flamengo e Rua Brasília.
“Fico chateado porque faço esse trabalho voluntariamente. E parece que quanto mais eu ligo, quanto mais o morador liga, mais eles (Sabesp) têm bronca da gente. Daí a água fica vazando sem parar e depois a conta aumenta”, relatou Pinheirinho, que recorre, inclusive, à ouvidoria da Sabesp em busca de soluções para as demandas.
Por meio de nota, a Sabesp informou que casos registrados nos canais de atendimento são “acompanhados e priorizados. A Companhia esclarece que as fortes chuvas que vêm ocorrendo em Santo André podem causar atrasos nas manutenções, pois inviabilizam a abertura de valas e até mesmo pesquisa de vazamento”. A concessionária afirmou que realizou os reparos nas ruas Verde Mar, Tumiaru e Brasília e que nas demais vias seriam realizadas, na sexta-feira (10), vistorias. A Sabesp não respondeu sobre reparos no terminal de água da viela da Avenida Ayrton Senna da Silva.
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