De Bach a Bernstein - Uma Trajetória Musical Através dos Tempos é o programa apresentado neste domingo pela Banda Sinfônica do Estado de Sao Paulo, às 19h, no Memorial da América Latina, em Sao Paulo, com entrada franca. O espetáculo, sob a regência do maestro andreense Roberto Farias, alude aos 250 anos da morte de Johann Sebastian Bach (1685-1750), e traz em sua primeira parte uma versao para banda sinfônica de Tocata e Fuga em Ré Menor, do mestre barroco. Essa obra, com Uma Noite no Monte Calvo, de Modest Mussorgski (1839-1881) e O Aprendiz de Feiticeiro, de Paul Dukas (1865-1935), inspiraram o cineasta Walt Disney, a criar o desenho de longa-metragem Fantasia.

Na segunda parte do programa, a Banda apresenta Júpiter, da suíte Os Planetas, do inglês Gustav Holst (1874-1934); Candide Suíte, do norte-americano Leonard Bernstein e termina com American Salute, de Morton Gould.

A Banda Sinfônica do Estado de Sao Paulo é um ramo profissional da Universidade Livre de Música Tom Jobim e iniciou suas atividades artísticas em novembro de 1989. Antes, em 1987, o maestro andreense Roberto Farias assumiu a direçao e regência da Banda e foi o responsável pelo seu projeto de profissionalizaçao. Atualmente, conta com 85 integrantes que representam a mais nova geraçao de músicos profissionais do país.

Seu principal objetivo é a difusao da música de concerto originalmente concebida para este tipo de formaçao instrumental (sopros e percussao), com ênfase na música do século XX. O grupo tem somado ao seu repertório um considerável número de estréias mundiais de obras encomendadas a renomados compositores brasileiros e estrangeiros. Segundo a direçao da Banda, o ideal é incentivar a criaçao musical brasileira.

Em julho de 1997, o grupo fez sua estréia européia, durante a 8ª Wasbe, conferência da World Association for Symphonic Bands and Ensembles, na Austria, como o único representante da América Latina.

As bandas sinfônicas sao como um grande conjunto formado por instrumentos de sopro e percussao, com 60 a 90 músicos em média, que se diferencia das orquestras sinfônicas e das bandas tradicionais pela diversidade de formaçao instrumental e abrangência de repertório. Muito comuns nos Estados Unidos e na Europa, bandas sinfônicas se destacam pela quase ausência de instrumentos de corda - que só existem nos contrabaixos - e seus naipes sao substituídos por clarinetistas.

Outra diferença sao os programas executados por ambas. A banda, ao contrário da orquestra, costuma divulgar com mais freqüência peças de compositores vivos, enquanto a orquestra dedica-se à execuçao de peças já consagradas, compostas, sobretudo, pelos grandes nomes europeus. A banda é um grupo historicamente mais jovem, o que lhe permite um repertório mais ousado.

O público de Bach, o mestre barroco, é bem maior do que se supoe. Sao pessoas que freqüentam igrejas e que, mesmo por meio dos hinários, acabaram conhecendo seu talento. Por outro lado, é um artista complexo, o que intriga musicólogos - há uma perfeiçao estrutural de suas peças e qualidade nas invençoes formais. Autor de A Arte da Fuga, Variaçoes Goldberg e das Suítes Francesas, Bach tornou-se uma síntese perfeita de escolas, como a italiana e a francesa (nas quais a música barroca havia se ramificado), mesmo sem nunca ter ido a nenhum desses lugares. Morreu sem deixar testamento, e parte de seus manuscritos está irremediavelmente perdida.

De Bach a Bernstein - Uma Trajetória Musical Através dos Tempos - Concerto da Banda Sinfônica do Estado de Sao Paulo. No Auditório Simón Bolívar do Memorial da América Latina - av. Auro Soares de Moura Andrade, 664. Fone.: 3823-9611. Domingo, às 19h. Entrada franca.