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Marinho vai à França em busca de investimentos
Por Beto Silva
Do Diário do Grande ABC
29/01/2011 | 07:04
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Ricardo Trida/DGABC


O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), é visto pelos executivos de empresas fabricantes de aviões estrangeiras como interlocutor junto ao governo brasileiro. Por isso, após ser convidado para conhecer, em março do ano passado, os caças suecos Gripen NG, o petista embarca dia 2 para a França, a convite da companhia Dassault, com o objetivo de saber os atrativos do supersônico Rafale e garantir investismentos no município, caso o modelo vença o certame promovido pela União.

Há também interesse da norte-americana Boeing, fabricante do F-18 Super Hornet, levá-lo aos Estados Unidos, mas o compromisso ainda não foi confirmado.

As três empresas disputam licitação do governo federal que visa a compra de 36 caças para reforçar a frota da FAB (Força Aérea Brasileira). Devido ao trânsito privilegiado junto ao Palácio do Planalto - foi ministro do Trabalho e da Previdência e é afilhado político do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva -, Marinho tem sido assediado pelas concorrentes.

Quando esteve na Suécia, há dez meses, voou no Gripen NG. Em visita a São Bernardo, os executivos da indústria sueca Saab formalizaram a intenção de instalar empresas metalúrgicas na cidade, o que proporcionaria a geração de 1.200 empregos diretos e indiretos no Grande ABC. Com a transferência de tecnologia e outras ações no Brasil, serão criados, no total, 28 mil postos de trabalho em todo o País.

Agora, a missão de Marinho em território francês é garantir investimentos semelhantes para a região, se o vencedor da licitação for o caça Rafale - recomendado pela FAB após relatório técnico, porém mais caro, com custos de R$ 10 bilhões. "Essa é a ideia", disse ontem o prefeito rapidamente, após entrega de centro obstétrico e ginecológico no bairro Rudge Ramos (leia mais na pág. 3 do caderno Setecidades).

O chefe do Executivo afirmou que dará mais detalhes da viagem à França, em que passeará a bordo do caça, na terça-feira, quando anunciará oficialmente a troca do secretário de Administração e Modernização: sai Valter Correia da Silva, entra Agnaldo Beghini de Carvalho, atual diretor do Departamento de Controladoria de Finanças.

A expectativa é de que a definição da concorrência saia no segundo semestre. Um dos fatores que complicam a finalização da licitação é o possível corte no Orçamento da União, que pode chegar a R$ 40 bilhões.

No início da semana, a presidente Dilma Rousseff (PT) anunciou o adiamento da compra de 11 navios para proteger as áreas do pré-sal. Assim como os aviões, os gastos seriam em torno de R$ 10 bilhões.

A decisão sobre a compra dos 36 caças para a FAB é herança do ex-chefe da Nação Luiz Inácio Lula da Silva à atual comandante do Palácio do Planalto.




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