O Grande ABC já arrecadou 393 mil peças, entre roupas, cobertores e sapatos, nas campanhas de agasalhos realizadas pelas prefeituras de Santo André, São Caetano, Diadema e Ribeirão Pires. São Bernardo e Mauá não realizaram a ação. O número representa cerca de 16% da população total da região - 2.456.515 habitantes, segundo o Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Rio Grande da Serra, a mais carente das sete cidades, não respondeu ao Diário. O público-alvo para o atendimento são famílias em situação de vulnerabilidade social e cadastradas nos projetos assistenciais das administrações públicas.
Das quatro cidades, Santo André e Diadema encerraram ontem a campanha - oficialmente os números finais não foram fechados. Ribeirão Pires esticou a ação até o dia 26. Somente São Caetano, que recolheu os itens entre 5 de maio e 30 de junho, tem balanço final da edição deste ano: 75 mil peças. Em 2010, foram 72 mil.
Parcialmente, até quarta-feira, Santo André havia contabilizado a doação de 253 mil peças. Ou seja, ultrapassou a população de São Caetano (146.547 habitantes). Diadema, por meio da Defesa Civil, arrecadou até sexta-feira cerca de 45 mil itens - 42 mil roupas e cobertores, e 3.000 pares de calçados.
Em Ribeirão Pires, o balanço parcial apontou 20 mil peças, que beneficiaram 1.000 famílias. Sem campanha, a Prefeitura de Mauá destinou parte das doações recebidas em janeiro, por ocasião dos deslizamentos de terras e mortes ocorridos na cidade, para formação de estoque de roupas de frio e distribuição às entidades cadastradas.
Das 75 mil peças arrecadadas, São Caetano organizou kits com roupas, calçados e cobertores que foram entregues, em cada residência, entre 1° e 6 de julho, para 3.200 moradores de cortiços cadastrados na Secretaria de Assistência e Inclusão Social. Outras 50 entidades beneficentes também foram atendidas. Com o cadastro de cada família, é possível fazer a distribuição dos itens pelos números de peças para homens, mulheres e crianças.
Paralelamente, o Fundo Social funciona como posto de retirada das doações de roupas e calçados. O diferencial é que a pessoa menos favorecida tem a chance de olhar e escolher o item, inclusive experimentar os sapatos.
Para o presidente do Instituto para o Desenvolvimento do Investidor Social, o médico Marcos Kisil, a solidariedade está intrínseca no ser humano. "Ao longo da vida, ela pode ou não ser exercitada. Mas é a primeira motivadora do ato de doar", disse o professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo.
Número de roupas descartadas diminui em Santo André
Apesar da diminuição, milhares de peças ainda são descartadas a cada campanha. Em 2010, aproximadamente 10% das 150 mil peças arrecadadas durante o evento em Santo André foram para o lixo. Este ano, cerca de 4.000 roupas - de 253 mil - não puderam ser aproveitadas, o que representa menos de 2% do total.
"A roupa tem de estar em condição como se a pessoa (que doa) ainda pudesse usá-la. Não deve ter furos, rasgos, estar manchada, desbotada ou faltando acessórios. As peças fazem a diferença na vida de quem as recebe", afirma a presidente do Fundo Social de Solidariedade de Santo André e primeira-dama Denise Ravin.
A campanha do agasalho foi encerrada ontem no Paço. Pela manhã, no Parque Central, a responsável pelo Planeta Coop (núcleo socioambiental da Cooperativa de Consumo), Luciana Benteo, fez a entrega simbólica de 900 peças, angariadas em lojas da rede, ao prefeito Aidan Ravin (PTB).
Mesmo com o fim da campanha, a arrecadação de roupas continua durante todo o ano em pontos espalhados pela cidade. A meta é ultrapassar a marca de 300 mil peças.
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