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Diretora de Pacto Brutal revela que depoimento de Glória Perez demorou 20 horas: Tudo era muito doloroso
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17/08/2022 | 13:10
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Você pode até não ter assistido ao documentário Pacto Brutal - O Assassinato de Daniella Perez, mas com certeza já ouviu falar da produção do HBO Max, que mostra os detalhes do assassinato da atriz Daniella Perez, filha de Glória Perez, que tinha apenas 22 anos de idade na época que foi assassinada por Guilherme De Pádua.

Diante do sucesso e da repercussão, Tatiana Issa, diretora do documentário, concedeu uma entrevista à colunista Nina Lemos e relembrou alguns momentos marcantes da produção, como o tempo dos depoimentos de Glória sobre o caso:

Era muita dor, muita emoção. O depoimento da Glória demorou 20 horas. Cada hora um chorava, o técnico de som, o câmera. A gente parava, tomava um café e voltava. A Glória nos deu todo o arquivo dela. Colocou tudo à disposição. Tinha gravação, foto da perícia, foto da infância. Entramos em um mergulho profundo no mundo da Daniela. É muito dolorido, porque vimos a Dani bebê, criança, adolescente e depois as fotos da perícia, do corpo dela. E vimos muita coisa pior, fotos terríveis, cruéis que decidimos não colocar no documentário. Foi muito duro mesmo.

Segundo ela, a decisão de contar a história aconteceu após um sonho com a atriz:

Uma noite sonhei com a Dani e resolvi falar com a Glória, mesmo achando que alguém já devia estar fazendo ou que já tivesse um documentário pronto para os 30 anos da morte dela. Mandei um email meia-noite e meia e disse: Glória, você está fazendo algo, existe a ideia de fazer? Ou não quer fazer porque o assunto é muito delicado? Se for isso respeitarei, mas se você quiser estou disposta. Na mesma hora ela respondeu que era fã dos Dzi Croquettes [longa dirigido por Tatiana], que admirava a delicadeza do meu trabalho e que, também por eu conhecer a Dani, era a pessoa perfeita para fazer o documentário.

Tatiana também contou qual foi o momento mais difícil das gravações:

A cena em que a Bárbara, prima da Dani, abre a sacola com a roupa que ela usava no dia do assassinado. A perícia deu isso para a Glória e ficou 30 anos guardado. Nunca tinha sido aberto. E para gravar as imagens mais perto, tive que pegar as roupas. Quando abri aquela sacola, vi que o tênis ainda tem areia, porque ela foi arrastada, ainda tem sangue na calça, tem o cheiro, a terra. Aquilo é uma materialização tátil da morte. Eu parei tudo e chorei 45 minutos. Abracei as roupas como se fosse a Dani. É muito louco você pegar tudo aquilo na mão. É como se você tivesse voltado 30 anos atrás. Você vê aquela blusinha de menina, aquele cinto. Saber que tinha uma vida ali é desesperador.

Tatiana revelou que no dia do assassinato de Daniella estava trabalhando com Raul Gazolla, viúvo da atriz. Em suas redes sociais, ela elogiou a força de Glória Perez e postou duas fotos emocionantes com a escritora.




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