“É como nascer de novo, porque você vê a morte de perto e não acredita que vai voltar para casa”. Essa foi a sensação de Maria Vilani Ferreira, de 65 anos, depois de vencer a Covid-19 no ano passado. Ela apresentou sintomas que a impediram de fazer o simples, como tomar banho e levantar da cama. A glicemia (glicose no sangue) subia, o que causava dor de cabeça e tontura. 

A Covid, assim como as síndromes gripais, voltam a atacar com força no período de inverno, que começou no dia 21 de junho. Covid e gripe registraram 18.567 atendimentos apenas em junho na região do Grande ABC, um aumento de 293%, ao comparar com dados de abril deste ano. Há três meses, 4.722 atendimentos de pessoas acima dos 60 anos foram realizados. 

Em Ribeirão Pires, a alta foi de 1.235%, Na sequência aparece Mauá, com 1.128% de crescimento nos atendimentos. Em Diadema, 727% a mais de consultas foram realizadas. Com uma diferença menor, mas ainda alta, São Caetano apresentou aumento de 166% e Santo André de 45%, 

O menor índice está em São Bernardo, com apenas 9%. O levantamento considerou seis das sete cidades do Grande ABC, porque Rio Grande da Serra não respondeu aos questionamentos do Diário.

CAUSAS

O inverno é responsável pelas temperaturas mais baixas do ano e, por isso, os cuidados com idosos devem ser redobrados para evitar a baixa imunidade e as doenças típicas do período. De acordo com Joely Luiza Malachia, enfermeira especialista no cuidado de idosos, e coordenadora da Qualidade da Cora Residencial Senior, uma rede de instituição de longa permanência, este é o momento de redobrar os cuidados com os mais velhos. 

“Com a baixa temperatura e o tempo seco, os idosos estão mais propensos às doenças de inverno, principalmente as de vias respiratórias, como resfriado, gripe, sinusite e rinite. Geralmente, os ambientes costumam ficar fechados, promovendo a contaminação por vírus, bactérias e germes”, disse Joely.

A especialista afirma ainda que os fatores podem fazer com que a temperatura do corpo não seja a ideal, podendo criar problemas, inclusive, no coração. 

CUIDADOS

Na tentativa de evitar problemas respiratórios, a especialista afirma ser necessário manter uma alimentação equilibrada e aumentar o consumo de líquidos. 

Com o clima seco, ela recomenda também a hidratação da pele, para evitar o ressecamento e sensibilidade. Além disso, ela afirma ser necessário o uso de roupas que aqueçam, mesmo em dias de inferno que as temperaturas subam. 

VACINAÇÃO

Para completar os cuidados, é necessário tomar vacinas que ajudam a evitar doenças respiratórias, como as vacinas da gripe, covid e pneumocócica (13 e 23).

A enfermeira especialista nos cuidados de idosos diz que a vacincação é a principal arma para se defender destes tipos de doença. “A vacinação é uma recomendação importante, uma vez que os idosos contraem gripes e resfriados durante o inverno com mais facilidade. Por isso, é essencial que cuidadores e familiares com idosos em casa também se vacinem”, afirmou. 

AÇÕES

As sete cidades informaram que mantêm a imunização de moradores contra a Covid e Influenza e seguem reforçando o cronograma de vacinação. 

Todos os municípios citados na matéria já vacinaram mais de 60% da população idosa contra a Covid-19 e também para proteção contra a Influenza

.