Depois de dois anos consecutivos de adiamento por causa da pandemia do coronavírus, as equipes do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) realizam os ajustes finais para iniciar, no dia 1º de agosto, a coleta de informações do Censo 2022. Até outubro, 2.514 recenseadores visitarão 930 mil domicílios do Grande ABC. Em todo o País, serão 89 milhões de endereços percorridos para a atualização de dados demográficos, coletados, pela última vez, em 2010.

Daquele Censo para cá, de acordo com as projeções feitas pelo instituto, a população das sete cidades da região cresceu 10,7%, saltando dos 2.551.328 habitantes em 2010 para 2.825.048 moradores no ano passado (dados estimados). 

No fim do ano passado, o Grande ABC participou do primeiro teste do Censo 2022, com a coleta de dados no bairro Prosperidade, de São Caetano. O resultado foi divulgado em março pelo IBGE. De acordo com a pesquisa, residem no local 2.818 pessoas, sendo 20,5%, ou 573 pessoas, idosos. O teste é realizado em todo o País. Cada Estado foi representado nesta fase por um município.

Os dados demográficos obtidos pelo IBGE através do Censo permitem aos gestores traçar tendências e parâmetros utilizados para ações de órgãos públicos e da iniciativa privada. Informações sobre nascimentos, mortes e migração, por exemplo. O número de habitantes é usado como referência para a distribuição do FPM (Fundo de Participação dos Municípios) e FPE (Fundo de Participação dos Estados), recursos proporcionais ao tamanho da população, além de determinar o tamanho de representações políticas, entre os quais a quantidade de vereadores e deputados.

CENSO 2022

O levantamento demográfico deste ano incorpora novos recursos tecnológicos que irão agilizar o abastecimento dos bancos de dados do IBGE, em tempo real, e garantir maior segurança ao processo. Além da resposta de forma presencial, haverá a possibilidade de abordagem por internet ou telefone. Nos últimos casos, também será necessário aguardar a visita do recenseador.

Há três novas questões que abordam informações sobre grupos quilombolas e autismo. Perguntas sobre identidade de gênero e orientação sexual ficaram de fora nesta edição. Apesar da determinação proferida pela Justiça Federal do Acre para a inclusão do tema nos questionários, o IBGE sustentou a impossibilidade por falta de prazo para modificar o sistema de perguntas. 

O Censo 2022 terá dois modelos de questionários, o simplificado (básico), que será aplicado em 89% dos domicílios, e o ampliado (amostra). 

As perguntas são divididas em blocos. No modelo básico, serão realizadas 26 perguntas sobre identificação do domicílio, informações sobre moradores, características do domicílio, identificação étnico-racial, registro civil, educação, rendimento do responsável pelo domicílio, mortalidade e dados da pessoa que prestou as informações.

O questionário da amostra contem 77 perguntas. Além dos blocos contidos no questionário básico, este modelo investiga também trabalho, rendimento, nupcialidade, núcleo familiar, fecundidade, religião ou culto, pessoas com deficiência, migração interna e internacional, deslocamento para estudo ou trabalho e autismo.

A seleção dos domicílios para o questionário da amostragem, segundo o IBGE, é feita automaticamente e de forma aleatória no DMC (Dispositivo Móvel de Coleta). 

RECENSEADORES

Para garantir a segurança da população, os recenseadores do IBGE, profissionais que irão aplicar os questionários, estarão uniformizados com colete, boné, crachá, e terão computador de mão. 

Durante o levantamento demográfico, serão visitados todos os domicílios do País. Pessoas acima de 12 anos, capazes de fornecer respostas às perguntas, poderão responder ao recenseador. Os moradores poderão confirmar a identidade do profissional pelo site respondendo.ibge.gov.br ou pelo 0800 721 81 81, telefone de atendimento gratuito do IBGE.