Segundo estimativas da OMS (Organização Mundial da Saúde), 20 % da população mundial é portadora de depressão, doença que esta instituição considera “o mal do século XXI” e se tornou a principal causa de afastamento do trabalho em uma vastidão de atividades profissionais.
Sob a ótica da fisiopatologia, é resultante de transtornos na bioquímica cerebral e dentre as alterações mais conhecidas está a diminuição na oferta da serotonina, um neurotransmissor relacionado à sensação de bem-estar.
Alguns possuem maior suscetibilidade genética para desenvolver este quadro clínico, que comumente afeta vários indivíduos em uma mesma linhagem familiar. Por outro lado, alguns problemas orgânicos, como desequilíbrios hormonais gerados por distúrbios de tireoide, ovários, testículos, obesidade e estresse crônico, assim como, algumas substâncias, tais quais o álcool e drogas ilícitas, podem provocar desordens nos níveis destes neurotransmissores do humor.
Pode se instalar silenciosamente, apresentando-se pela falta de interesse por atividades que sempre foram prazerosas, irritabilidade, cansaço e fraqueza incipientes e impotência para deflagrar ações. Mas, pode evoluir rapidamente para tristeza extrema, angústia, diminuição ou ausência de libido, pensamentos suicidas e distanciamento social, entre outras sinalizações.
Para piorar, são muitos os comprometimentos fisiológicos decorrentes dessa conversa ruim entre os neurônios do comportamento emotivo, que incluem perturbações no sistema imunológico e o aumento de substâncias inflamatórias circulantes, contribuindo para o aparecimento de doenças autoimunes, cânceres e patologias cardiovasculares, para anotar as mais prováveis.
O diagnóstico é clínico e envolve profissional habilitado, que investigará condições precipitantes que possam ser eliminadas, sendo bons exemplos os deficits hormonais passíveis de correção, como é possível para o hipotireoidismo. Porém, o surgimento da depressão, ainda que precipitada por situação corrigível, denota suscetibilidade do indivíduo, pois, boa parte dos que apresentam estes contextos potencialmente deflagradores, não desenvolvem a doença depressiva.
Então, partindo do pressuposto que curável, sob o senso amplo da palavra, só cabe para as doenças infectocontagiosas (quando não nos matam), uma vez diagnosticado com depressão, ainda que sob controle, sempre estaremos sujeitos a novos eventos.
Entre as medidas protetivas sabidamente importantes estão a prática frequente de exercícios físicos, alimentação saudável, não fumar, não utilizar drogas ilícitas e se houver consumo de álcool, que seja moderado.
O restante dos cuidados deixe para o(a) médico(a) (preferencialmente psiquiatra) e/ou psicólogo(a).
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