A presidente da distrital do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) em Cleveland, Loretta J. Mester, afirmou nesta quarta-feira que as expectativas de inflação nos Estados Unidos estão menores que as leituras inflacionárias atuais, mas advertiu contra a "complacência" com essa tendência.
"O fato de os preços salientes da gasolina e dos alimentos permanecerem elevados sugere que há algum risco de que as expectativas de inflação de longo prazo das famílias e empresas continuem a subir", alertou ela em discurso durante o Fórum do Banco Central Europeu (BCE), em Sintra, Portugal.
A dirigente explicou que a comunicação dos bancos centrais pode exercer papel fundamental na ancoragem das expectativas. Segundo ela, um eventual avanço sustentado dessas métricas anularia qualquer impacto de mudanças benéficas no hiato de produto e a política monetária precisaria ter que agir mais energicamente para atingir a estabilidade de preços.
Mester argumentou ainda que o "desafiador" período atual questiona a visão de que BCs devem ignorar choques de oferta. "Em algumas circunstâncias, esses choques poderiam ameaçar a estabilidade das expectativas de inflação e exigiriam ação política", ressaltou. "Os bancos centrais precisarão ser resolutos e intencionais ao tomar medidas para reduzir a inflação", defendeu.
Loretta Mester também disse que defenderá um novo aumento de juros de 75 pontos-base na reunião de política monetária de julho se as condições econômicas permaneceram as mesmas.
Em entrevista à emissora CNBC, Mester afirmou que o debate do Fed no próximo mês será sobre optar entre uma alta de 50 pontos-base ou um ajuste de 75 pontos-base.
A presidente da distrital do Fed em Cleveland, que vota nas reuniões da instituição este ano, disse que aumentos de juros são "muito necessários" para reduzir a inflação dos EUA, que está nos maiores níveis em cerca de quatro décadas.
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