Presidente da casa notificou prefeito e avisou que votações de impeachment estão marcadas para dias 30 de junho e 1º de julho
A Câmara de Rio Grande da Serra marcou para os dias 30 de junho e 1º de julho as sessões nas quais as duas comissões processantes da casa programam votar a cassação do prefeito Claudinho da Geladeira (PSDB). A informação foi dada ontem pelo presidente do Legislativo, vereador Charles Fumagalli (PTB).
O parlamentar revelou que ontem enviou dois ofícios para informar Claudinho da Geladeira sobre a realização das duas sessões na quinta e sexta-feira, ambas com previsão de ocorrer a partir das 13h. Em ambos os documentos o presidente da Câmara notifica que o próprio prefeito ou algum procurador terá duas horas para fazer a defesa.
A retomada dos processos de cassação do prefeito veio após delação realizada pelo ex-funcionário da Câmara Gabriel Campagnolli, que declarou que atuou, a mando do Executivo, para implicar os vereadores que participavam das comissões que visam cassar o mandato de Claudinho. Ao MP (Ministério Público), Campagnolli afirmou que recebeu dinheiro do secretário de Governo do município, Admir Ferro, para sustentar narrativa que prejudicou o andamento dos blocos de apuração. Após a delação, na qual ele retificou a primeira versão, o juiz Alexandre Chiochetti Ferrari entendeu que, com a nova declaração, as comissões deveriam seguir com os ritos de impeachment.
O prefeito Claudinho da Geladeira é alvo de dois pedidos de cassação. Uma das comissões apura irregularidades no processo de vacinação contra a Covid, já que uma funcionária que não era de grupo prioritário teria furado a fila e recebido dose antes mesmo dos trabalhadores da saúde. A outra frente investiga a falta de resposta, por parte do Executivo, a requerimentos de informação de vereadores, e ignorados pelo prefeito.
Ex-presidente da Câmara e presidente da comissão que apura a situação que envolve a falta de respostas aos requerimentos de informação, o vereador Claudinho Monteiro (PTC) disse que o processo será retomado de onde parou, no fim do ano passado. "O processo (de cassação) será retomado na forma de decisão judicial e seguirá todos os trâmites no rigor da lei. Espero que nos dias da votação possamos ter uma sessão democrática e respeitosa de ambos os lados", afirmou o parlamentar.
No dia 9 de dezembro de 2021, o juiz Ferrari determinou a suspensão dos processos de cassação do prefeito, que seriam votados no dia seguinte. À época, o magistrado se baseou no depoimento, à Polícia Civil, de Campagnoli, que sustentou discurso de que teria adulterado para mais o número de requerimentos de informação que foram protocolados, oque levou à instalação da comissão.
O Diário questionou a Prefeitura de Rio Grande, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.
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