Furtos gerais. Roubos de veículos. Estupros. São muitos os casos destes tipos de crimes registrados em maio na região, conforme atesta reportagem publicada nesta edição do Diário. Faz algum tempo que os dados só fazem recrudescer, o que traz alguma preocupação. A população está assustada. Com razão. Estatísticas criminais relacionadas ao Grande ABC, divulgadas ontem pela Secretaria de Estado da Segurança Pública, sugerem que a situação está fugindo do controle. É preciso imediata ação das autoridades – não apenas as do setor repressivo, diga-se – para retomar as rédeas da situação.
Toda vez que os dados de violência são divulgados, a manifestação oficial do comando das forças de segurança, especialmente da Polícia Militar, responsável pelas ações ostensivas contra a criminalidade, é no sentido de que se está trabalhando com afinco para reduzir os casos. Mas os resultados tardam a chegar. É evidente que não existem razões para se duvidar da boa-fé da PM. Integrantes da corporação têm atuado bravamente no combate ao crime, nem sempre sendo bem remunerados ou respeitados. Mas algo está falhando, necessário reconhecer.
Do modo como está sendo realizada, a ação das forças públicas, infelizmente, não está conseguindo controlar a violência. É imprescindível, portanto, que seja feita avaliação imediata para diagnosticar os pontos falhos e, na sequência, corrigi-los. A manutenção dos altos índices de ocorrências criminais no Estado de São Paulo, que se refletem no Grande ABC, certamente revelam falhas no protocolo ora seguido. Convém, portanto, fazer as adequações necessárias.
Mas é preciso dizer que a violência tem raízes tão profundas incapazes de ser combatidas por medidas superficiais, como costumam ser todas as de aspecto repressivo. Trata-se de algo antropológico, forjado na desigualdade social que assola a sociedade brasileira. Enquanto não se resgatar a parcela significativa dos indigentes que perambulam pelas ruas, garantindo-lhes a mínima dignidade, será difícil tornar exequível qualquer projeto que estabeleça paz duradoura.
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