Movimento silencioso, e paulatino, vem sendo executado nas sete cidades com objetivo duplo. Fruto de ampla reportagem publicada ontem por este Diário, a substituição de lâmpadas tradicionais, de sódio, pelas de LED nos pontos públicos de iluminação deve resultar na ampliação da sensação de segurança e na redução de gastos de dinheiro público com contas de energia elétrica. Para uma região em que os índices criminais têm crescido sistemática e preocupantemente e cujo erário de boa parte dos municípios emite sinais de fadiga financeira, como o Grande ABC, a transição de tecnologia representa um alento, devendo, pois, receber o necessário estímulo.

Levantamento realizado pela repórter Joyce Cunha junto às prefeituras das sete cidades mostra que quase metade – 47,4%, para ser exato – da iluminação pública existente na região já é fornecida por lâmpadas de LED, que consomem menos energia e fornecem mais claridade que modelos similares tradicionalmente utilizados em bicos de iluminação. Desde que a modernização começou, os cofres públicos economizam R$ 16,5 milhões anuais, segundo estudo realizado pelo professor universitário Ricardo da Silva Benedito, pesquisador da UFABC (Universidade Federal do ABC) e doutor em energia pela USP (Universidade de São Paulo).

É evidente que o ganho econômico deve sempre ser destacado. No entanto, o principal diferencial oferecido pelas luzes de LED é a potência da iluminação, muito maior que as das lâmparas de sódio. Como a escuridão é um dos fatores que contribuem para a prática de delitos pelos criminosos, infere-se que a claridade garanta ambientes mais seguros – ao menos é o que atesta o consultor de segurança pública e professor de mestrado da PM (Polícia Militar), José Vicente da Silva Filho.

São Caetano é a única das sete cidades da região que já concluiu o processo de substituição das luminárias. Santo André e São Bernardo estão em processo avançado, enquanto as demais cidades ainda engatinham. Pelas vantagens que o novo sistema oferece, é preciso agilizar os investimentos.