Selo Sesc celebra o lançamento de Flor do Milênio, segundo álbum do Jaques Morelenbaum CelloSam3aTrio
O Selo Sesc celebra o lançamento de Flor do Milênio, segundo álbum do Jaques Morelenbaum CelloSam3aTrio, formado há 18 anos pelo violoncelista, maestro, arranjador, compositor e produtor musical carioca Jaques Morelenbaum, o violonista Lula Galvão e o percussionista/baterista Rafael Barata.
Os shows acontecem na sexta-feira, no Sesc Santo André, e sábado e domingo, no Sesc 24 de Maio, com a participação dos músicos Carlos Malta, Cristovão Bastos e Zeca Assumpção. O álbum está disponível ao público, em formato digital, nas principais plataformas de streaming e gratuitamente no Sesc Digital.
Para Jaques Morelenbaum, “esse disco é a sequência, ou consequência, de muitos anos de trabalho desenvolvido com o CelloSam3aTrio, ao lado desses grandes amigos e grandes mestres Lula Galvão e Rafael Barata. Agora que estamos podendo voltar a nos reunir, estou muito feliz em ter a oportunidade de pensar e me dedicar à música, que tem um caráter curativo, e isso nos tem feito muito bem”.
Ajustar o processo criativo às novas regras de convívio e limites impostos pela pandemia, aceitando e absorvendo a realidade da maneira que se apresentava, foi um importante desafio encontrado pelo CelloSam3aTrio durante a realização de Flor do Milênio. O álbum inaugura uma nova fase do grupo, marcada tanto pelo processo de isolamento físico, que conduziu a definição do repertório e arranjos por um caminho de concepção prévia mais detalhada; quanto pelo momento do reencontro em estúdio, meses mais tarde, em que o entrosamento de uma antiga convivência pôde ser renovado e, dessa espécie de revisitação do vínculo entre os músicos, novas percepções e propostas puderam surgir e restabelecer a matriz formal e estilística do trio, influenciada principalmente por João Gilberto.
A respeito do processo de criação em tempos de distanciamento físico, Jaques explica: “Nós pudemos concretizar no estúdio todo o preparo do disco, iniciado em casa, e as primeiras ideias trocadas pela internet com o Lula (Galvão) e o (Rafael) Barata. Então é um disco diferente, um disco muito do momento que estamos vivendo, em que a gente aceitou essas limitações que a vida nos impôs para fazer a nossa música juntos, para melhorar o mundo em que estamos”.
O momento de clausura também propiciou a Jaques desengavetar músicas guardadas há muito tempo. CasaBrancaBrinCadeira, apresentada como single no dia 18 de fevereiro e que também abre o disco, foi composta em meados dos anos 1980 e evoca uma casa branca onde o cellista morou com os parceiros da Barca do Sol, histórica banda de rock carioca, no bairro de Santa Teresa, no Rio de Janeiro. Outro exemplo é Nesse Trem que Eu Vou, que remete à década de 1970, época em que Jaques estudou música em Boston e ficava extasiado com os ruídos ritmados e randômicos das rodas do trem que o conduzia a Nova York aos fins de semana.
Já na faixa que dá título ao álbum, Flor do Milênio, destaca-se a tocante melodia, belamente melancólica, que oferece novas vestes à canção composta originalmente em 1988 para uma peça-poema homônima da poeta, compositora e violoncelista Denise Emmer, dirigida por Rubens Corrêa, e que conquistou, à primeira vista, o violoncelista que também conduz uma profícua carreira como compositor de trilhas sonoras para cinema.
O álbum Flor do Milênio foi gravado em setembro de 2021 no estúdio Gargolândia, em São Paulo, e tem no rol de participantes o pianista Cristóvão Bastos, o contrabaixista Zeca Assumpção e o multinstrumentista Carlos Malta. O álbum conta com criações inéditas, faixas autorais, parcerias e composições consagradas de Chico Buarque e Dorival Caymmi. A direção artística é do próprio Morelenbaum.
“O repertório tem músicas minhas, uma composição minha com o Lula, uma música do Lula, uma composição do Cristóvão Bastos, além de uma canção de Dorival Caymmi, que é uma inspiração enorme para todos nós, e outra do Chico Buarque, Apesar de Você, que é uma homenagem aos nossos anseios de que essa loucura toda passe logo”.
Lançado oito anos após o álbum de estreia, trata-se do disco mais autoral da trajetória do CelloSam3aTrio, mas que também traz em seu compêndio, além de composições de parceiros e clássicos da música popular brasileira, uma parceria entre Dora Morelenbaum, filha de Jaques e integrante da banda Bala Desejo, e Tom Veloso.
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