Três anos após condomínio ruir, promessa da Prefeitura de S.Caetano de ceder terreno ainda não saiu do papel
Três anos de espera. Esse é o período que as famílias que viviam no condomínio Di Thiene, que ruiu em 2019, aguardam ação efetiva da Prefeitura de São Caetano, sob comando do prefeito José Auricchio Júnior (PSDB), e que prometeu que entregaria novas casas aos desabrigados em um período de 18 meses, o que não ocorreu.
O imbróglio envolve terreno que pertence à Enel, na cidade, que a gestão Auricchio se prontificou a comprar para realizar doação à CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano), que construiria apartamentos para abrigar as famílias que perderam suas casas depois que o Di Thiene ruiu. O valor total da área, cerca de R$ 1,2 milhão, chegou a ser empenhado, mas a compra nunca foi realizada de fato.
Conforme Onofre Tavares Dias, 73 anos, uma das lideranças dos moradores do condomínio Di Thiene, a demora da Prefeitura em resolver o problema de quem morava no conjunto só aumenta a agonia de quem ainda não tem um lugar para chamar de “lar”. Ao todo, 102 famílias aguardam a ação do Palácio da Cerâmica.
"É um absurdo. Até agora nada foi feito. A Prefeitura joga a responsabilidade para a CDHU, que devolve para a Prefeitura de São Caetano. Enquanto isso estamos esperando. Eu ainda tenho alguns filhos que podem me ajudar de alguma forma, mas muita gente ainda passa dificuldades. É muito difícil perder uma casa e a resolução ficar só na promessa”, declarou o morador, que viveu no Di Thiene por 28 anos.
Outra reclamação dos moradores é de que a Prefeitura de São Caetano também não está pagando nenhum tipo de auxílio aos moradores, o que dificulta ainda mais a vida de quem perdeuquase tudo no Di Thiene. Até o início deste ano, a administração pagou parcelas de R$ 400 por meio de auxílio-aluguel.
“E é isso que incomoda mais. A Prefeitura parou de pagar o auxílio e também parece não se mexer para resolver o problema da construção de novas casas. Pelo que entendi, o valor para a compra do terreno da Enel já estava em caixa e não sei por que isso não avançou”, pontuou Dias.
Vereador que tem prestado auxílio às famílias, Jander Lira (PSD) declarou ao <CF52>Diário</CF> que não entende o motivo de o terreno não ter sido comprado, já que havia projeto de desapropriação e também o valor reservado. Conforme o parlamentar, que forma a oposição ao governo de Auricchio, faltou “vontade política” para avançar com a resolução do problema.
“Já são três anos de espera. Isso chega a ser falta de sensibilidade pelo ser humano. A Prefeitura só tinha que concluir a compra e entregar o terreno para a CDHU. Mas não sei por que não comprou o terreno. Parece que faltou vontade política”, avaliou o vereador.
Questionada, a administração informou apenas, em nota, que "seguem as tratativas com o Estado para a construção de unidades habitacionais em terreno na Avenida do Estado oferecido pela Prefeitura".
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