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Famílias do Di Thiene ainda aguardam moradia

Três anos após condomínio ruir, promessa da Prefeitura de S.Caetano de ceder terreno ainda não saiu do papel

Daniel Tossato
Do Diário do Grande ABC
19/06/2022 | 00:01
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DGABC


Três anos de espera. Esse é o período que as famílias que viviam no condomínio Di Thiene, que ruiu em 2019, aguardam ação efetiva da Prefeitura de São Caetano, sob comando do prefeito José Auricchio Júnior (PSDB), e que prometeu que entregaria novas casas aos desabrigados em um período de 18 meses, o que não ocorreu.

O imbróglio envolve terreno que pertence à Enel, na cidade, que a gestão Auricchio se prontificou a comprar para realizar doação à CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano), que construiria apartamentos para abrigar as famílias que perderam suas casas depois que o Di Thiene ruiu. O valor total da área, cerca de R$ 1,2 milhão, chegou a ser empenhado, mas a compra nunca foi realizada de fato.

Conforme Onofre Tavares Dias, 73 anos, uma das lideranças dos moradores do condomínio Di Thiene, a demora da Prefeitura em resolver o problema de quem morava no conjunto só aumenta a agonia de quem ainda não tem um lugar para chamar de “lar”. Ao todo, 102 famílias aguardam a ação do Palácio da Cerâmica.

"É um absurdo. Até agora nada foi feito. A Prefeitura joga a responsabilidade para a CDHU, que devolve para a Prefeitura de São Caetano. Enquanto isso estamos esperando. Eu ainda tenho alguns filhos que podem me ajudar de alguma forma, mas muita gente ainda passa dificuldades. É muito difícil perder uma casa e a resolução ficar só na promessa”, declarou o morador, que viveu no Di Thiene por 28 anos.

Outra reclamação dos moradores é de que a Prefeitura de São Caetano também não está pagando nenhum tipo de auxílio aos moradores, o que dificulta ainda mais a vida de quem perdeuquase tudo no Di Thiene. Até o início deste ano, a administração pagou parcelas de R$ 400 por meio de auxílio-aluguel. 

“E é isso que incomoda mais. A Prefeitura parou de pagar o auxílio e também parece não se mexer para resolver o problema da construção de novas casas. Pelo que entendi, o valor para a compra do terreno da Enel já estava em caixa e não sei por que isso não avançou”, pontuou Dias.

Vereador que tem prestado auxílio às famílias, Jander Lira (PSD) declarou ao <CF52>Diário</CF> que não entende o motivo de o terreno não ter sido comprado, já que havia projeto de desapropriação e também o valor reservado. Conforme o parlamentar, que forma a oposição ao governo de Auricchio, faltou “vontade política” para avançar com a resolução do problema.

“Já são três anos de espera. Isso chega a ser falta de sensibilidade pelo ser humano. A Prefeitura só tinha que concluir a compra e entregar o terreno para a CDHU. Mas não sei por que não comprou o terreno. Parece que faltou vontade política”, avaliou o vereador. 

Questionada, a administração informou apenas, em nota, que "seguem as tratativas com o Estado para a construção de unidades habitacionais em terreno na Avenida do Estado oferecido pela Prefeitura".




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