Em 30 dias foram percorridos 941,7 km com quatro veículos movidos a eletricidade
Os seguidos aumentos no preço dos combustíveis motivaram o desafio de passar um mês circulando de carro e sem parar nos postos para abastecimento. O experimento ocorreu entre os dias 5 de abril e 5 de maio, com 941,7 quilômetros percorridos à bordo de quatro veículos movidos exclusivamente a energia elétrica. Neste período, foram feitas quatro recargas, todas em shoppings do Grande ABC e da Capital, o que totalizou R$ 64 – o cliente paga pelo tempo que usa o estacionamento e neste período deixa o carro conectado ao eletroponto. Na média, cada quilômetro rodado custou R$ 0,067.
Se a mesma distância fosse percorrida com carros a gasolina, com um consumo médio de 10 km/l, seriam necessários de 94,1 litros e o custo seria de aproximadamente R$ 700. Esse mesmo veículo abastecido com etanol rodaria aproximadamente 7 km/l e seriam necessários 134,4 litros, com custo de R$ 698,88.
O teste foi iniciado com um Volvo XC 40 Recharge, que custa cerca de R$ 399,9 mil. Depois um JAC E-JS1 EXT (R$ 179,9 mil), seguido por um Fiat e-500 (R$ 239,9 mil) e um JAC E-J7, que custa R$ 259,9 mil (confira na tabela as distâncias percorridas com cada veículo). Ou seja, um SUV, dois hatchs pequenos e um sedã.
Se os valores gastos com o abastecimento chamaram a atenção, o preço dos carros ainda é proibitivo. Hoje, o modelo mais barato oferecido no País é o Renault Kwid E-Tech, que foi lançado em abril e é vendido em uma única versão, que custa R$ 142.999.
Durante o período em que foi produzida a reportagem, foram percorridos apenas trechos urbanos, na Região Metropolitana e na Capital, que é o uso recomendado pelas montadoras, já que nas estradas a rede de eletroabastecimento ainda é deficiente, embora as empresas estejam investindo na expansão. Nas sete cidades do Grande ABC o motorista conta hoje com 20 pontos de recarga, sendo nove em Santo André, seis em São Bernardo, quatro em São Caetano e um em Diadema, segundo o aplicativo Plugshare.
Com relação à frota, o Grande ABC tem atualmente 581 veículos elétricos ou híbridos em circulação, segundo os dados do Detran-SP (Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo). O órgão aponta ainda 5.122 na Capital e 9.722 no Estado de São Paulo.
A ABVE (Associação Brasileira de Veículos Elétricos), registra a comercialização de 12.976 veículos elétricos ou híbridos no País nos primeiros quatro meses deste ano, o que representa aumento de 78% na comparação com o mesmo período do ano passado. A entidade contabiliza 90.109 unidades emplacadas no País desde 2012. E estima que em julho ou agosto o Brasil deverá superar os 100 mil.
LEGISLAÇÃO
Na questão tributária, os veículos 100% elétricos são isentos de imposto de importação desde 2014 (antes era 35%), enquanto o híbrido ainda paga 2%. Com relação ao IPVA (Imposto Sobre a Circulação de Veículos Automotores), a Prefeitura da Capital dá desconto de 50% para os eletrificados e ainda libera a circulação em dias de rodízio.
No Grande ABC, a única cidade da oferecer vantagens aos donos de elétricos ou híbridos é São Bernardo. A Lei nº 6.545/2017 que trata da política de incentivo ao uso de veículos automotores que não poluem o meio ambiente prevê a devolução de 25% do valor do IPVA devido, fixado para pagamento à vista, para os veículos licenciados na cidade.
Em Diadema, o Plano de Mobilidade Urbana, aprovado pela Câmara, prevê o desenvolvimento de políticas de incentivo à frota limpa, que serão aplicadas a médio prazo, entre elas a adoção de frota elétrica e de projetos de incentivos a veículos de transporte individual não poluidores.
Em Ribeirão Pires, a Câmara está instalando eletropontos e irá locar pelo menos dois veículos elétricos para uso do Legislativo.
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