Mesmo contra a vontade, a bancada de sustentação ao governo na Câmara de Santo André deve ceder às pressões da oposição e aprovar na quinta-feira pedido de acareação entre Dalmir Ribeiro, ex-diretor da antiga Caixa de Pensões da cidade (atual Instituto de Previdência), e Teresa Santos, secretária municipal de Administração.
Nesta terça-feira, Ribeiro compareceu ao Legislativo para prestar esclarecimentos acerca do processo por danos morais e materiais que move contra cinco pessoas da administração, entre elas três secretários de Governo – além de Teresa, Marcela Cherubine (Assuntos Jurídicos) e Vladimir Rossi (adjunto de Administração e superintendente da Craisa).
Segundo os vereadores, a principal contradição entre os depoimentos de Teresa e Ribeiro é que a secretária havia dito (no início do mês) que Ribeiro chegou a assinar o balancete de outubro de 2003 da autarquia sem a inclusão dos juros na dívida, mas acabou desistindo. Ribeiro nega.
A inclusão da dívida feita pelo ex-diretor da Caixa de Pensões foi o pivô do desentendimento entre ele e a Prefeitura, que não reconhecia o valor à época. No entanto, após Ribeiro sair de férias, Teresa teria determinado a alteração – considerada irregular por ele – no documento contábil.
“Baseado nessa declaração que a secretária se equivocou ou faltou com a verdade, acho que se faz mais do que necessária uma acareação entre os dois”, defende o tucano Paulinho Serra.
A petista Maria Ferreira de Souza, a Loló, também defende o encontro entre os envolvidos. “Informação nunca é demais. Penso que haverá alguma resistência no partido, mas vou defender que a acareação será importante para contribuir para o esclarecimento do caso”, antecipa.
Já o presidente municipal do PT, vereador Claudio Malatesta, discorda da necessidade da acareação. “O caso já está sendo tratado internamente no partido, está no Ministério Público. A acareação é algo totalmente desnecessário. Não podemos interferir numa questão pessoal.”
Defesa - Ribeiro fez duras críticas ao posicionamento dos secretários e ao governo petista. “O campo majoritário do PT está com síndrome de Deus. As pessoas adotam posturas autoritárias e não respeitaram nem mesmo um militante antigo”, avalia.
Apesar disso, garante não estar sofrendo pressão do partido, ao qual é filiado desde 1990, pelo processo contra os secretários. “Não há motivos para me expulsarem. Pelo contrário, estou prestando um serviço ao PT, que teria de me homenagear”, sugere.