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Escolas estaduais do Grande ABC
têm 100 casos confirmados de Covid

Apeoesp acusa Secretaria de Educação de não assumir as contaminações e omitir dados; subsede de São Bernardo pretende acionar MP

Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
01/06/2022 | 00:01
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Claudinei Plaza/DGABC 12/03/2013


Levantamento da Apeoesp (Associação dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) identificou ao menos 82 casos de Covid entre alunos e funcionários de 11 escolas estaduais do Grande ABC. Somados aos 18 casos que resultaram na suspensão das aulas presenciais em uma escola de Santo André, noticiados pelo Diário em 18 de maio, são pelo menos 100 confirmações em unidades escolares estaduais entre os dias 11 e 25 de maio. A subsede de São Bernardo pretende levar o caso, que classifica como situação de “calamidade pública”, ao MP (Ministério Público).

Pediatra e especialista em vacinas na Clínica VacinVille, Lilian Zaboto afirmou que os serviços de saúde têm observado aumento importante nas infecções por Covid em crianças, especialmente as que têm acima de 5 anos e já poderiam ser vacinadas. “Temos visto muitos pais, que já se imunizaram, mas não vacinaram os filhos por medo de reações e por causa de notícias falsas”, afirmou.

Lilian defendeu que seja retomado o uso obrigatório de máscaras nas escolas, como já ocorre em transportes coletivos e unidades de saúde, bem como campanhas que reforcem a necessidade de higienização constante das mãos com água e sabão ou álcool gel. “As pessoas estão se esquecendo das medidas que tomavam há algum tempo”, completou.

Para os integrantes das subsedes da Apeoesp na região, a Seduc (Secretaria de Educação) tem escondido os casos e não tem adotado medidas suficientes para evitar surtos. A categoria tem divulgado pelas redes sociais orientação para que todos voltem a usar máscaras e informar sobre novos casos nas unidades. 

Coordenadora da subsede de Santo André, Hainra Asabi avalia como irresponsável as medidas que a Seduc tem tomado e defende que seja reduzido o número de alunos por sala. “A gente está tendo que combater o protocolo da Seduc”, explicou. A orientação da pasta tem sido a de manter em isolamento apenas pessoas que apresentarem sintomas da doença. Os professores defendem a suspensão das aulas presenciais. Diretor estadual da Apeoesp e docente em São Bernardo, Paulo Neves entende como absurda a orientação da Seduc pela manutenção das aulas presenciais. “Defendemos o ensino remoto como forma de amenizar esse grave problema”.

Integrante da coordenação da sub-sede de Mauá, Andre Sapanos pontuou que, a partir do momento que o governo divulga o afrouxamento das medidas sanitárias, a população entende que não precisa mais fazê-las como vinha fazendo. “Diante disso, cresce o número de casos e também a dificuldade de explicar a real necessidade da aplicação das medidas”, ponderou. Para o docente, não há transparência com relação aos dados de contaminados na rede. Sapanos defendeu a obrigatoriedade do comprovante de vacina e ampla testagem na comunidade escolar. Coordenadora da sub-sede de Ribeirão Pires e Rio Grande, Neusa Nakano afirmou que, além de insistir no uso de máscaras e vacinação, se o número de casos for muito alto, as aulas presenciais devem ser suspensas.

A Seduc informou que as escolas da rede seguem os protocolos sanitários, como higienização constante das mãos, higienização e ventilação dos ambientes, uso obrigatório da máscara no transporte escolar e opcional nos ambientes da escola, identificação e afastamento dos casos e monitoramento de seus contactantes. Que em casos suspeitos, com ao menos dois sintomas, os possíveis contaminados devem permanecer isolados de sete ou a dez dias, em caso dos sintomas permanecerem. A Seduc mantém plataforma com casos notificados em escolas que pode ser acessada pelo https://bit.ly/3x2haUm.




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