Alunos, professores e funcionários de escolas em Santo André serão obrigados a utilizar máscara de proteção contra o novo coronavírus por sete dias consecutivos toda vez que for registrado algum caso de Covid-19 na unidade. A determinação foi anunciada ontem à noite em live apresentada pelo prefeito Paulo Serra (PSDB), naquela que já é considerada uma das medidas mais aguardadas, prudentes e necessárias da administração municipal no momento em que a pandemia dá sinais de recrudescimento. Infelizmente o Grande ABC ainda não se livrou do pesadelo sanitário que já está em seu terceiro ano, deixando rastros profundos de mortes e pacientes sequelados mundo afora.

Compreende-se perfeitamente a ansia da sociedade em se ver livre do vírus que tanta tristeza provocou desde que a OMS (Organização Mundial de Saúde) decretou a pandemia, em 11 de março de 2020. Mas a flexibilização das medidas de proteção deve ser monitorada constantemente, de modo que recuos estratégicos garantam a saída segura deste período tenebroso da história. É o que faz o prefeito Paulo Serra. Ciente da necessidade de se manter as escolas abertas, dado o estrago causado à educação pela fracassada experiência de ensino remoto durante a fase mais aguda da crise, a alternativa foi obrigar o uso de máscara ante o aparecimento de qualquer aluno, professor ou funcionário doente.

As estatísticas da Covid-19 divulgadas pelas Prefeituras do Grande ABC não permitem que se baixe a guarda. Em seu conjunto, as sete cidades registraram crescimento de 142% no número de mortes em uma semana, segundo dados aferidos pela equipe do  Diário com os próprios municípios. Nos últimos sete dias, dezessete moradores da região perderam a vida por causa de complicações causadas pela doença. No período imediatamente anterior, foram sete. Ou seja, os dados ainda são muito preocupantes e qualquer descuido soaria irresponsável. Enquanto o novo coronavírus estiver circulando e representando ameaça à vida, a prudência dos gestores será necessária. E bem-vinda.