Segundo Furlan, o atual cenário cambial é semelhante ao de meados de 2002, quando o risco-país estava em 700 pontos e o dólar valia R$ 2,40, mas, somando a inflação, chegava a R$ 2,80. O ministro disse que atualmente não há espaço para a queda da moeda norte-americana e que um câmbio excessivamente desvalorizado cria uma “dependência desnecessária”.
Durante o evento, Furlan sugeriu a leitura de Montesquieux para quem defende o protecionismo e não aceita a liberalização do comércio e o acesso ao mercado. “No meu país, estamos do lado de quem luta pela liberalização do comércio e pelo acesso a mercados”, declarou o ministro, dizendo estar "do outro lado da barreira", apesar dos 40 anos de trabalho no setor privado.
O pensador francês Montesquieux, lembrado pelo ministro, viveu no século XVIII e ficou famoso por defender a independência entre os três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário). Para o pensador, uma sociedade só poderia ser considerada democrática se esses poderes estivessem equilibrados, caso contrário, quando um domina o outro, se estabelece um governo autoritário.
Furlan ainda se encontrará com o comissário europeu para o Comércio, Pascal Lamy. Depois, viaja para Genebra, na Suíça, onde se reunirá com o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Supachai Panitchpakdi, para discutir as barreiras aos produtos brasileiros e a próxima reunião do organismo, prevista para setembro, em Cancun, no México.
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