Diário do Grande ABC

Prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB) foi ontem à noite às redes sociais para anunciar que vai orientar a população a voltar a utilizar a máscara de proteção contra a Covid-19. É o que mostra reportagem desta edição do Diário. De acordo com o chefe do Executivo, a cidade registrou alta de 667% no número de pacientes contaminados pelo novo coronavírus entre os dias 9 e 16 de maio quando comparado com o mesmo período de abril. Os casos subiram de 169 para 414. Escolas de Santo André e São Caetano também foram obrigadas a suspender aulas por causa da contaminação de vários alunos e professores. Os alertas são preocupantes.

Não se pode responsabilizar a sociedade pela volta da ameaça representada pela Covid-19. É perfeitamente compreensível que, após tanto tempo de restrições e confinamento, a população tenha abrandado as medidas de proteção assim que as autoridades municipais e estaduais declararam oficialmente que o maior perigo havia passado. Em 22 de abril, o próprio ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, assinou portaria declarando o fim da emergência em saúde pública causada pela pandemia no Brasil.

Até mesmo antes disso, quando as campanhas de vacinação em massa começaram a dar resultados, derrubando as estatísticas da doença dia após dia, as pessoas deixaram de sair de casa com as máscaras. Natural. A queda nos números de contaminados e mortos tornou difícil o processo de convencimento de que o perigo ainda não havia passado.

Mas a Covid não desapareceu. Pelo contrário. Ela segue contaminando. Como mostram os casos em escolas andreenses e são-caetanenses, além da medida anunciada ontem pelo prefeito são-bernardense. Este é exatamente o desafio das autoridades municipais. A pandemia vai passar, mas ainda não passou. Se as medidas de distanciamento e higienização continuarem a ser exigidas da comunidade, talvez seja possível, em breve, deixar de temer a pandemia do novo coronavírus. Mas, infelizmente, este momento ainda não chegou.