Indústria em discussão
Do Diário do Grande ABC
18/05/2022 | 23:59
A Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC instituiu ontem, na USCS (Universidade Municipal de São Caetano), fórum destinado a discutir a retomada da industrialização na região. Finalmente. Faz muito tempo que este Diário defende que se busquem alternativas para que as sete cidades mantenham o protagonismo na formação do PIB (Produto Interno Bruto) nacional. Além da qualidade dos debates, que envolveram lideranças municipais e estaduais, chamou a atenção o número expressivo de participantes do encontro. Trezentas e sete pessoas estiveram presentes no evento, o que, por si, demonstra o grau de interesse pelo assunto.
Chegou-se à conclusão de que falta interação entre os agentes que podem modernizar o parque fabril do Grande ABC – e aí reside uma das principais razões da estagnação industrial da região. Exemplo? Faculdades e empresas conversam pouco – quando conversam. E assim ambos os atores permanecem cada um com os seus problemas, quando o estreitamento do diálogo poderia solucionar as questões de um e de outro, em conjunto. O fórum surge para estabelecer conexões.
A presença da secretária de Desenvolvimento do Estado, Zeina Latif, é sinal evidente de que o Palácio dos Bandeirantes, sede do Executivo paulista, está disposto a colaborar com o fortalecimento da indústria regional. Confirmando, aliás, o que disse o próprio governador Rodrigo Garcia (PSDB) há praticamente um ano, de que acreditava na capacidade de o setor se reinventar no Grande ABC – cujo desenvolvimento está ligado diretamente ao segmento automotivo.
É hora, todavia, de se modernizar e olhar para o futuro. A riqueza da região foi durante muito tempo, desde a década de 1950, impulsionada pelas montadoras de veículos movidos a combustível fóssil, um modelo que está perto da exaustão. Preocupadas em reduzir os impactos ao meio ambiente, as legislações mundiais estão cada vez mais hostis a tudo que diz respeito ao motor por combustão. O Grande ABC está atrasado nas discussões. Que o fórum lançado ontem ajude a reconectar a indústria local à mundial. Para isso, as ideias precisam migrar rapidamente do papel para a prática.
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